sábado, 29 de dezembro de 2012

Passamos os 10 mil acessos.

O ano de 2012 foi coroado com o número excelente de acesso a este blog, de mais de 10 mil. Temos certeza de que o ano vindouro trará a concretização de muitos sonhos. Esperamos também que para os próximos meses a luta anti-racista em prol de um páis melhor avance demasiadamente.Desejo, aqui de São Paulo, um Feliz ano novo!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

“Não somos uma sociedade pós-racista”, diz Kimberlé Crenshaw

Seg, 03 de Dezembro de 2012 13:06
kimberl-crenshaw_seminrio-acoes-afirmativasMuito do que se imagina sobre as conquistas da luta antirracista nos Estados Unidos não passa de um mito. A opinião é da norte-americana Kimberlé Crenshaw, professora de direitos civis das universidades de Columbia e da Califórnia em Los Angeles (Ucla). Ao lado do também norte-americano Luke Charles Harris, professor de ciências políticas do Vassar College, e da brasileira Jurema Werneck, presidenta da ONG Criola, a militante participou do Seminário “Ações Afirmativas para a Promoção da Igualdade Racial”, promovido pelo Instituto Ethos em São Paulo.
Uma das principais lideranças da teoria crítica do racismo, que examina as questões de poder na estrutura social dos EUA e as causas do racismo, Kimberlé mostra que, apesar de muitos avanços nas questões raciais, é nítido que a sociedade norte-americana não vive a era do pós-racismo.
A distância entre os salários de negros e brancos é a primeira evidência de que a luta por direitos iguais precisa continuar. “Os afro-americanos ganham 65 % do salário dos brancos no país. A diferença acontece até entre profissionais que desempenham a mesma função”, diz ela. “Médicos e advogados brancos ganham mais do que médicos e advogados negros.”
Essa diferença na remuneração aumentou no período pós-crise econômica de 2008. A falta de acesso aos locais onde o dinheiro circula e onde surgem as boas oportunidades de trabalho e de educação é um dos grandes fatores que levam à desigualdade. “Isso impede que uma massa de pessoas tenha acesso a determinados empregos. Não é só o salário do negro que determina sua situação, mas suas possibilidades de atuação.”
Para ela, um dos maiores desafios da sociedade hoje é aceitar que o racismo persiste. “As pessoas têm dificuldade em acreditar que são racistas”, diz. “Isso se deve muito à mídia, que insiste em dizer que tais problemas estão relacionados a questões de diferenças salariais.”
Em relação ao setor empresarial, os EUA têm muito a ensinar ao Brasil. Atualmente, 72% das 500 empresas mais ricas norte-americanas têm pelo menos uma política de inclusão racial. Entre as 60 primeiras da lista, 92% adotam iniciativas para favorecer a inclusão de negros no seu quadro funcional. Esses avanços são resultado de políticas de governo que nasceram durante a administração de John F. Kennedy (1961-1963). Para incentivar a equidade dentro das empresas, o então presidente criou uma série de incentivos para companhias que contratavam afro-americanos, como isenção em taxas e impostos e inúmeras vantagens nas licitações governamentais. Tais políticas foram seguidas pelo sucessor de Kennedy, Lyndon B. Johnson (1963-1969), e pelo republicano Richard Nixon, que levou a ideia da inclusão racial para as instituições do mercado financeiro.
Com essas ações do governo, foi possível aumentar em 35% o salário dos negros e em 46% o número de trabalhadores negros em posição de chefia. O bom desempenho financeiro das empresas que adotam políticas de inclusão racial demonstra que a diversidade deixa a companhia mais eficiente e preparada para competir globalmente.
Essas informações foram apresentadas durante a mesa que discutiu o tema “A Questão Racial no Brasil e nos EUA – uma Análise Comparada para a Superação de Mitos”. Kimberlé Crenshaw, participante da mesa, é também fundadora do Fórum de Política Afro-Americana, um instituto dedicado à questão racial, justiça, gênero e direitos humanos. Nos anos 1990, morou no Brasil por um ano e participou de vários momentos do movimento negro no país.
Depois de sua participação no seminário, a professora conversou com o Instituto Ethos sobre os principais avanços do movimento no Brasil e nos EUA. Veja a seguir os principais trechos da entrevista.
Instituto Ethos: Como a senhora enxerga os avanços do movimento negro no Brasil?
Kimberlé Crenshaw: Venho para o Brasil desde 1994 e cheguei a viver no país durante um ano. Lembro-me de que as conversas sobre a questão racial ainda giravam em torno de como fazer a coisa acontecer. Participei de conferências e encontros com acadêmicos e advogados sobre o tema. Naquela época, as dúvidas eram como começar o movimento, como levar esse conhecimento para a sociedade e quais estratégias deveriam ser usadas para enfrentar os problemas do racismo. Era preciso fazer com que a sociedade enxergasse que era racista. Hoje observamos que houve avanços. Há programas de cotas nas universidades, a sociedade entende a questão de forma mais ampla e o movimento passou para outros países da América Latina.
IE: Como a senhora vê a atuação das empresas  brasileiras em comparação com as norte-americanas?
KC: Seria difícil falar diretamente das empresas brasileiras, mas talvez o Brasil possa aprender com o que aconteceu nos EUA. Uma coisa é certa: as empresas costumam responder a incentivos governamentais e a medidas que moldam os negócios. Algumas estão mais atentas a essa conversa e entendem que a valorização da diversidade pode beneficiar não apenas os negros diretamente, mas toda a sociedade em geral. As pessoas falam muito que o Brasil está na posição de líder mundial, pois é dono de alguns dos maiores recursos naturais do planeta. No entanto, as pessoas são os maiores recursos que um país pode ter. E o maior recurso do Brasil é a sua população. É preciso dar oportunidade para que todas essas pessoas possam contribuir, deixar que os negros, por exemplo, mostrem seus talentos. É preciso fazer a mudança para uma sociedade mais integrada e saber lidar com as divisões sociais para incluir a população marginalizada.
IE: Como isso aconteceu nos EUA?
KC: Nos EUA, cada setor atuou à sua maneira. O setor de construção civil, por exemplo, era muito lucrativo, mas composto por pessoas brancas, pois durante anos funcionou em torno de um network com as mesmas pessoas. É preciso identificar quais são os erros para depois ver onde estão as oportunidades para mudança. O governo nos EUA teve um papel fundamental e muito significativo quando encorajou as empresas a abrirem a cabeça sobre a questão racial. É sempre um projeto de risco mudar a forma de fazer negócios. Empresas têm seus compromissos com o botton line, mas, como o governo é sempre um dos atores mais importantes do mercado para cada setor, seus estímulos são fundamentais. Quando o governo cria incentivos para que as empresas tenham acesso a mercados que antes não alcançavam, a mudança vem.
IE: Que tipos de benefício foram criados?
KC: Esses incentivos começaram nos anos 1960, com o Ato Permanente de Kennedy. Eles aparecem nos contratos. Por exemplo, empresas com políticas de inclusão de minorias ganham vantagens nos processos de licitação do governo. Pois é claro que, para uma empresa de porte menor, fazer ações afirmativas pode significar custos. Mas, se isso lhe der acesso a mercados que até então não atingia, claro que se torna interessante para seu negócio. A partir disso, as empresas precisaram mudar as formas de recrutar seus funcionários, de procurar as pessoas, pois, se não faziam o que estava no contrato, levavam multas.
IE: Isso significa que os avanços partiram do governo?
KC: Sim. Existe uma crença de que apenas o movimento civil conseguiu mudar a sociedade norte-americana. Mas isso não é verdade. A mudança nos EUA acontece num momento de confluência entre sociedade, administração, Congresso e Corte. Teve um momento, em que todos tiveram essa percepção. Éramos uma sociedade democrática, mas, de fato, não estávamos parecendo com isso. Era preciso olhar essas diferenças. Mas cada instituição deve fazer seu papel para haver integração. Hoje temos um presidente negro, Barack Obama, e certamente as coisas podem ficar mais fáceis, mas ainda não estamos onde deveríamos estar.
IE: A senhora fala muito em diversidade e competição global. De que forma esses conceitos estão relacionados?
KC: Acredito que uma força de trabalho homogênea não seja rentável para uma empresa. Ninguém vai conseguir atingir o mercado e clientes com uma estratégia monocromática. As empresas precisam ter diferentes perspectivas e formas de pensar em novos negócios. Uma empresa paroquial não consegue entrar num mercado global que é completamente diverso hoje. E as empresas perceberam que há vantagem competitiva em incorporar uma visão multicultural que reflita nos produtos e na imagem.
IE:A senhora acredita que as conquistas raciais nos EUA estão estagnadas?
KC: Esse movimento não é linear, não vai sempre para a frente. Em algumas áreas, depois da queda da economia, muitos negros voltaram à situação de 1984. Vinte anos de progresso e uma queda na economia fez com que o movimento sofresse um retrocesso. Precisamos ter a habilidade constante de ajustar nossas ferramentas de acordo com os acontecimentos históricos. Em termos de justiça, saúde e educação, fizemos grandes progressos desde 1954. Mas nem sempre as coisas funcionam o tempo todo. Também é natural que, às vezes, o terceiro setor puxe as mudanças e outras vezes o governo lidere. Temos de aceitar essas nuances. Todo movimento tem suas fases de avanço e retrocesso. É preciso estar vigilante em relação às nossas ferramentas, ao nosso discurso e às circunstâncias sociais. Muita coisa avançou. Hoje temos um presidente negro, o que está diretamente relacionado ao fato de o movimento negro ter maior força política no país e poder usar os processos políticos com maior representação.
Fonte: Instituto Ethos
Por: Giselle Paulino
Na foto (da esq. para a dir.): Jurema Werneck, Luke Charles Harris e Kimberlé Crenshaw.
Crédito: Clovis Fabiano
Fonte: Geledés

Disponível em:  http://www.abpn.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2512%3Anao-somos-uma-sociedade-pos-racista-diz-kimberle-crenshaw&catid=120%3Aassunto1&lang=pt

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Grupo de Pesquisa GEPPHERG - Grupo de Estudo e Pesquisa em Políticas Públicas, História, Educação das Relações Raciais e de Gênero.

Identificação Recursos Humanos Linhas de Pesquisa Indicadores do Grupo
 
 Identificação
 Dados básicos
Nome do grupo: GEPPHERG - Grupo de Estudo e Pesquisa em Políticas Públicas, História, Educação das Relações Raciais e de Gênero.
Status do grupo: certificado pela instituição
Ano de formação: 2012
Data da última atualização: 16/11/2012 18:20
Líder(es) do grupo:  Renisia Cristina Garcia Filice -
Área predominante: Ciências Humanas; Educação
Instituição: Universidade de Brasília - UNB
Órgão: Unidade: Departamento de Métodos e Técnicas
 Endereço
Logradouro: campus Darcy Ribeiro
Bairro: Asa Norte CEP: 70910000
Cidade: Brasilia UF: DF
Telefone: Fax:
  Home page:
 Repercussões dos trabalhos do grupo
Com vistas a refletir sobre a relação políticas públicas, gestão educacional e os mecanismos de exclusão históricos no país, em especial raça, classe e gênero, em suas diferentes interfaces, constituímos um grupo de estudiosos de diferentes áreas empenhados com a produção de altos estudos e pesquisas que auxiliem na reconfiguração de políticas públicas, da gestão educacional e das relações cotidianas em ambientes diversificados de aprendizagem, formais e não formais. O aprofundamento de estudos e pesquisas no âmbito da interseccionalidade entre raça, classe e gênero no campo das políticas públicas, pode contribuir também para repensar o papel das instituições de ensino, em especial da área de História, Ensino de História e História da Educação, posto que, nossos estudos sobre políticas públicas e gestão, consideram a História do Brasil e da Educação, numa perspectiva, preferencialmente, histórico-crítica e cultural. Intenta-se também, a partir de contatos e parcerias, ampliar os registros de práticas históricas de movimentos sociais de negros, negras, mulheres, indígenas, para auxiliar na revisão historiográfica brasileira com vistas à promoção de uma educação antirracista e antissexista voltada para a defesa da cidadania e a consolidação dos direitos humanos. Neste contexto, o Gepperhg objetiva evidenciar na implementação e avaliação de políticas públicas, as implicações da tríade - raça, classe e gênero - para minimizar a desigualdade social no país. De outra parte, trabalha com afinco para evidenciar a relação entre História, políticas públicas e o Fazer em sala de aula, em especial, no Ensino de História.



 Recursos humanos
 Pesquisadores Total: 5  
Cristiane Fernanda dos Santos Assis Marta Santos da Silva Holanda Lobo
Iracilda Pimentel Carvalho Renisia Cristina Garcia Filice
Josenilton Marques da Silva  
 Estudantes Total: 6  
Anderson Diniz Galvão Krissiane Marques da Silva
Francisco Thiago Silva Marjorie Nogueira Chaves
Gisely Cardoso da Silva Matheus Maciel Nunes
 Técnicos Total: 1  
Renata Parreira Peixoto - Graduação - Educador



 Linhas de pesquisa Total: 3  



 Relações com o setor produtivo Total: 1  

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Disponível texto apresentado na ANPED Centro Oeste em Julho/2012 - Corumbá - MS:


http://www.anpedco2012.ufms.br/trabalhos/GT4/ARTIGO/L-015.pdf  

(CLIQUE NO LINK ACIMA PARA LER O TEXTO NA ÍNTEGRA)

Currículo e Diversidade Etnicorracial nos Anos Iniciais da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal
 

FRANCISCO THIAGO SILVA/UNB

Resumo: O estudo apresenta uma análise documental a respeito das relações etnicorraciais na educação, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, tendo como referência as atuais Orientações Curriculares das escolas públicas do Distrito Federal. O texto traz um panorama sobre o cenário político e educacional do Distrito Federal entre os anos de 2007 e 2010. Nesse período o currículo foi reformulado, sendo a referência atual da rede. O assunto será abordado sob a ótica reflexiva de autores como: Sacristán (1995:2000), Gomes (2008), Cavalleiro (2000), Munanga (2008), Santomé (1998), Borges (2010) e outros. É importante perceber como o currículo tem influenciado ou não práticas pedagógicas que visem o respeito e o combate às discriminações e os preconceitos dirigidos principalmente aos/as estudantes negros/as, numa perspectiva antirracista.


Palavras-Chave: Currículo, Diversidade Etnicorracial, Anti-racismo.

Sem debate, Secretaria apresenta propostas de ciclo e semestralidade 03/12/2012 - 18h24

O secretário de Educação Denilson Costa apresentou ao Sinpro nesta segunda-feira, 3,   os projetos de implantação dos ciclos no ensino fundamental séries iniciais e finais e da semestralidade no ensino médio. Ele afirmou que as duas propostas serão implantadas em 2013. Estavam presentes os diretores Berenice Darc, Cláudio Antunes, Fernando dos Reis e Júlio Barros.
Os diretores do Sinpro questionaram a ausência de debate com a categoria a respeito do assunto, lembrando que uma proposta dessa magnitude deveria ser debatida democraticamente com a comunidade escolar antes de sua implantação. O secretário afirmou que as discussões do currículo em 2011 foram suficientes para a tomada de decisão da implantação das duas propostas. Afirmou ainda que realizarão seminários nas regionais e um seminário no Centro de Convenções até o dia 18 de dezembro para discutir o assunto.
Entre as mudanças anunciadas para as séries iniciais: o BIA (Bloco Inicial de Alfabetização) passa a ser do 1º ao 5º ano e a reprovação só ocorrerá no 5º ano. Segundo ele os/as professores/as passarão por uma formação e o material pedagógico e técnico será compatível com a nova proposta.  A implantação será obrigatória para todas as escolas classes em 2013.
Para as séries finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) a adesão ao ciclo será optativa, ou seja, cada escola se responsabilizará por escolher a forma de seriação. A reprovação só ocorrerá ao final do 9º ano. Só poderão participar as escolas que possuírem os quatros anos num mesmo turno (poucas escolas atendem a esse requisito).
No caso do ensino médio, a semestralidade será obrigatória em todas as escolas no turno noturno. Para os turnos diurnos as escolas devem ter número de turmas par e os três anos do ensino médio no mesmo turno. Das 87 escolas de ensino médio existentes no DF, 24 não terão a implantação por não atenderem às características exigidas.
AVALIAÇÃO
Embora a implantação dos ciclos e da semestralidade seja defendida pelo movimento do magistério nacional, o Sinpro entende que o GDF está errando na forma, já que não houve qualquer diálogo específico sobre isso com a categoria. São alterações muito profundas e que não podem ser feitas de forma açodada, sem transparência no debate. A formação dos professores também nos preocupa: como se fará essa formação se o projeto já estará sendo implantado?
O Sinpro está analisando as experiências realizadas em outros estados com a mudança na forma de avaliação e seriação a fim de analisar os resultados apresentados pela educação pública nessas unidades da federação.
No final da reunião os diretores do Sinpro  questionaram a ausência de discussão das propostas e ao mesmo tempo e cobraram a negociação a respeito da nossa campanha salarial.

Fonte:  http://www.sinprodf.org.br/sem-debate-secretaria-apresenta-propostas-de-ciclo-e-semestralidade/

Fórum de Políticas Públicas de Educação

Fórum de Políticas Públicas de Educação

domingo, 2 de dezembro de 2012

INSCRIÇÕES ABERTAS!! Curso de Curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça!!

Imagem de Leandro Freire
INSCRIÇÕES - Processo Seletivo - Curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça

 
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A UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, por meio de sua Faculdade de Educação , torna pública a inscrição para o Processo Seletivo de Alunos para o curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça, para o primeiro semestre do ano letivo de 2013.

Clique aqui para fazer sua inscrição
 
 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Publicado o edital para contratação de professores/as temporários/as 29/11/2012 - 09h51

A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF) publicou no Diário Oficial desta quinta-feira, dia 29, o edital do processo seletivo para contratação de professores/as temporários/as para 2013. Os selecionados ocuparão carências temporárias ou de afastamentos legais de professores/as efetivos/as, segundo o item 1.3 do edital.
Os/as candidatos/as deverão apresentar formação de nível superior para concorrerem à vaga específica. Já para atuar na disciplina Atividades, o/a candidato/a deverá apresentar o curso de Pedagogia ou o curso Normal, conforme previsto no edital (ensino médio/item 4.2.2).
Professores/as aposentados/as também podem participar do processo seletivo desde que sua aposentadoria não tenha sido por invalidez. Todos/as devem ficar atentos/as aos códigos das disciplinas que concorrerão, pois só será possível fazer uma inscrição.
Neste processo seletivo, os/as professores/as, além das escolas da rede pública, podem escolher as instituições conveniadas (Ampare, Atada, Apae, Apaed, Ceal e Sociedade Pestalozzi) como área de atuação.
As inscrições serão no período de 9 a 23 de dezembro deste ano e devem ser feitas pela Internet, no site www.iades.com.br. A taxa de inscrição é de R$ 32,00 e a prova está prevista para o dia 13 de janeiro de 2013.
O Sinpro-DF lamenta que a Secretaria de Educação tenha demorado para elaborar o processo seletivo, uma vez que, os/as professores/as que participarão desse processo terão de fazer prova no mês de janeiro.
Outro ponto que o Sindicato discorda é o da insistência da SEDF em pagar os/as professores/as em regime de contrato temporário por hora-aula, conforme estipulado no item 5.1 do edital. O Sinpro-DF continuará exigindo da Secretaria de Educação que remunere os/as professores/as temporários/as da mesma forma que os/as efetivos/as.
O Sindicato é contrário a qualquer tipo de precarização do trabalho destes professores. Importante lembrar que algumas escolas ficaram sem professor/a, o ano inteiro, porque esta forma de remuneração tem levado diversos temporários a desistir de carências, cuja carga horária é pequena.
Clique aqui para ver o edital normativo.

sábado, 24 de novembro de 2012

ATENÇÃO!! Normas Para o Processo Seletivo - Curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça

Disponibilizamos aqui as normas para a seleção! Fique atento! saiba mais...
A UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, por meio de sua Faculdade de Educação em parceria com o SECADI / Ministério da Educação (MEC), tornam público o Processo Seletivo de Alunos para o curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça, para o primeiro semestre do ano letivo de 2013, na Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.
Clique aqui para mais informações
Clique aqui para acessar o documento oficial

Fonte:  http://www.fe.unb.br/noticias/processo-seletivo-curso-de-especializacao-em-gestao-de-politicas-publicas-em-genero-e-raca

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Disciplina sobre educação étnico-racial ainda não está nos currículos

Lei completa 10 anos em janeiro, mas professores ainda não são formados para trabalhar com tema que deveria fazer parte da rotina escolar desde 2003

Priscilla Borges - iG Brasília |


Para cumprir a lei 10.639, de janeiro de 2003, que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas brasileiras, os professores reclamam que falta formação. E, sem conhecimento, não se sentem preparados para discutir o tema com os alunos, seja do ensino fundamental ou do ensino médio, onde a lei determina que o assunto seja abordado.
Alan Sampaio / iG Brasília
No Centro de Ensino Médio 1 do Gama, professores de História produzem materiais e seminários para disseminar conhecimento entre os colegas
De acordo com as diretrizes curriculares para a educação étnico-racial, elaboradas pelo Conselho Nacional de Educação após a aprovação da lei, as universidades já deveriam incluir em diferentes disciplinas, para todos os cursos de graduação, conteúdos ligados à educação das relações étnico-raciais. No caso dos cursos que formam professores – pedagogia e licenciaturas – especialmente.
Parados: Só 11% da verba de projetos educacionais para igualdade racial foi usada
A realidade, porém, é bastante diversa nas universidades. Elas não cumprem ainda, integralmente, as diretrizes definidas pelo CNE. O técnico em gestão educacional Antonio Gomes da Costa Neto fez um levantamento em todas as universidades federais para verificar se havia professores contratados para trabalhar o tema nos cursos de graduação e se a disciplina era oferecida.
A conclusão de Antonio é que a lei só é cumprida parcialmente. “Quando existe a disciplina, na maioria das instituições, ela tem caráter facultativo. Quando é obrigatória, é só para os cursos de pedagogia”, afirma. Com os resultados do levantamento, ele e o Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) protocolaram representação junto ao Ministério da Educação e o Ministério Público Federal para pedir “providências”.
Para negros: STF julga constitucionais as cotas raciais em universidades
Além de pedir a obrigatoriedade da disciplina nos cursos de graduação – sob pena de suspensão de abertura de novos cursos nas universidades que descumprirem a determinação da lei –, a representação protocolada por Gomes e seu colegas autores do documento exige a inclusão do tema como critério para a avaliação dos cursos feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Confira a íntegra da representação feita pelo Iara ao MEC
Autonomia
O Ministério da Educação acredita que as universidades têm papel fundamental para a aplicação da lei. Em nota enviada ao iG , a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC disse que as universidades precisam “cumprir seu papel e efetivar as ações indicadas no Plano Nacional de Implementação Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana”.
Sete anos de cotas: UnB já formou mais de 1 mil universitários pelas cotas
Antonio Gomes acredita que as instituições usam a autonomia administrativa para não cumprir a lei. “O MEC pode e deve interferir”, diz. “As universidades publicam estudos, criticando os sistemas de ensino por não cumprirem a lei, mas elas também não o fazem. A omissão tem sido pior”, critica.
De acordo com o levantamento de Gomes, a Universidade Federal de Ouro Preto é a instituição que parece melhor abordar o tema em seus cursos de graduação. Várias disciplinas dos departamentos de História, Educação e Letras já trabalham o tema. As disciplinas de que tratam o assunto são obrigatórias para os cursos de Ciências Biológicas, Filosofia e História. Nos demais cursos de licenciatura, são optativas. Já a disciplina mais específica “Educação das Relações Étnico-Raciais” faz parte de uma matriz comum dos cursos que formam professores.
Algumas universidades, como as federais do Acre e do Amazonas, por exemplo, não oferecem a disciplina a nenhum curso, segundo Gomes.
 
Fonte:  http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2012-11-20/disciplina-sobre-educacao-etnico-racial-ainda-nao-esta-nos-curriculos.html

 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

DEFESA DE PROJETO DE DISSERTAÇÃO - MESTRADO - FE





Car@s amig@s, foi um momento ímpar que vivenciei dia 20/11 (dia nacional da consciência negra). A banca composta pelos professores doutores: Lívia (minha orientadora) e os membros: Renísia Garcia, Anderso Oliva e Cátioa Piccolo - todos da UnB foram muito felizes em suas orientações e aprovaram meu trabalho para ser defendido ano que vem nesta mesma data. Seguem algumas imagens:

Resultado seleção de tutor/a para o curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça


 
Informamos a Lista de Classificação do Processo de Seleção de tutor/a para o curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça. Os 8 (oito) primeiros selecionados, em conformidade com a lista de Classificação a seguir, estão convocados(as) para participação de curso de formação, presencial, nos dias 28, 29 e 30 de novembro na Faculdade de Educação. Conforme o Edital, entre os convocados para a formação, apenas 06(seis) atuarão de imediato.
Resultado:

1. Mariana Marlière Létti

2. Carmem Silvia Batista

3. Marco Guilherme Bravo Burlamarqui

4. Alice de Barros Gabriel

5. Kelly Tatiane Martins Quirino

6. Francisco Thiago Silva

7. Ruth Meyre Mota Rodrigues

8. Marjorie Nogueira Chaves

9. Rebecca Samara Fidelis de Almeida

10. Cristiana dos Santos Luiz

11. Cinthia Marques Santos

12. Camila Rocha Firmino

13. Waldicéia de Moraes Teixeira da Silva

14. Cristiano Lucas Ferreira

15. Marcela Margareth Passos da Silva


Equipe GPP-GeR
Faculdade de Educação - UnB

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

CURSO: Leitura do Desenho Infantil -180 h

Data: 15 de dezembro de 2012

INVESTIMENTO: R$ 90,00 X 3 

APLICABILIDADE DO CURSO:
prova de título da SEDF e Progressão salarial
PROFESSOR:
Orlando Marçal (Mestre em Psicanálise Clínica,Professor de Psicologia, Psicanalista Clínico, Psicopedagogo , Especializando em Psicologia Jurídica )
MODALIDADE DO CURSO:
semipresencial 
LOCAL:
Avenida Central, Bloco 372 -Núcleo Bandeirante/DF

INFORMAÇÕES:

3964-5688

OBS: curso reconhecido pela Secretaria de Educação do DF.
Foto: CURSO: Leitura do Desenho Infantil -180 h

Data: 15 de dezembro de 2012

INVESTIMENTO: R$ 90,00 X 3

APLICABILIDADE DO CURSO: prova de título da SEDF e Progressão salarial

PROFESSOR: Orlando Marçal (Mestre em Psicanálise Clínica,Professor de Psicologia, Psicanalista Clínico, Psicopedagogo , Especializando em Psicologia Jurídica )
MODALIDADE DO CURSO: semipresencial
LOCAL: Avenida Central, Bloco 372 -Núcleo Bandeirante/DF

INFORMAÇÕES: 3964-5688

OBS: curso reconhecido pela Secretaria de Educação do DF.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Morador de rua se forma em Pedagogia na UnB

Mineiro Sérgio Reis Ferreira, que superou uma longa lista de adversidades até alcançar a graduação, entregou a monografia nas mãos do reitor José Geraldo de Sousa Junior

Grace Perpetuo - Da Secretaria de Comunicação da UnB

 Tamanho do Texto

Emília Silberstein/UnB Agência
 Sérgio entrega a monografia nas mãos do reitor José Geraldo de Sousa Junior
Os olhos de Sérgio Reis Ferreira têm um brilho intenso; o sorriso é de inesperada candura; as mãos evidenciam sofrimentos passados e um discreto nervosismo. A tentação de enxergá-lo como herói é grande – mas qualquer tentativa de apreender Sérgio na superfície é imediatamente frustrada: é preciso muito tempo e generosidade para reler o longo e árduo caminho que este idiossincrático ex-morador de rua percorreu até aqui, ao gabinete do magnífico reitor da Universidade de Brasília nesse mês de novembro de 2012. Foi no primeiro dia de novembro, então, que - com um sorriso tímido - o mineiro Sérgio enfim pôde entregar nas mãos de José Geraldo de Sousa Junior a monografia que atesta a conclusão do curso de Pedagogia iniciado por ele na UnB há seis anos, em 2006.
Incomum – e contundente por sua própria natureza –, o ato de entrega da monografia As dificuldades dos moradores de rua do Distrito Federal de se inserirem por meio da educação formal representou ao mesmo tempo o triunfo de Sérgio e o da Universidade em si, já que o ineditismo do caso obrigou a instituição a se desdobrar para manter o estudante aqui após a surpreendente aprovação no primeiro vestibular de 2006.  “A universidade que não lida com isto – que não acompanha esse aluno proveniente de situação adversa em todas as circunstâncias, até que complete o seu ciclo – é que fracassa, e não ele”, disse José Geraldo, em referência à constante ameaça de descontinuidade que pairava sobre Sérgio durante os anos na UnB.
De fato, para que o aluno fosse aprovado, fez-se um pacto. O acordo – por meio do qual se definiu a responsabilidade de cada um – envolveu os diversos atores cruciais ao processo: o próprio Sérgio, evidentemente; o professor e orientador Cristiano Alberto Muniz; a assistente social da UnB Lindalva Leonel; e a decana de Assuntos Comunitários (DAC) Carolina Cássia, por meio da Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS), capiteaneada pela diretora Maria Terezinha da Silva; entre muitos outros na gestão de José Geraldo e nas gestões anteriores, de Roberto Aguiar e Timothy Mulholland.  
Institucionalmente, a Universidade colaborou para a permanência de Sérgio com apoio sob a forma de alimentação, transporte, assistência social, orientação pedagógica etc. “A Universidade cumpriu com o seu dever com relação a um aluno em situação de extrema vulnerabiliade – e talvez o nosso aluno mais vulnerável tenha sido de fato o Sérgio”, atesta a decana Carolina Cássia. Ela ressaltou a importância do trabalho da DDS, mas admitiu que, para lidar com um caso como este, professores e técnicos ainda têm muito a aprender. A experiência com Sérgio foi uma grande aula. Para a decana, o ex-morador de rua é uma figura emblemática: “O Sérgio vive a UnB”.
“De minha parte, tenho muito a agradecer a toda a equipe; à Universidade como um todo; e a todos os que puderam viabilizar este momento”, disse Sérgio durante o encontro com o reitor. “A educação não é só uma preparação para o trabalho, mas especialmente para a vida. É este o papel da Universidade – e isso ela cumpriu.”
ULTRAPASSAGEM – “Não estamos aqui em torno do personagem Sérgio – mas sim do sujeito que, sobretudo, saiu da condição de vítima e trouxe sua vida até aqui, realizando uma ultrapassagem”, disse o reitor José Geraldo, para quem Sérgio é “alguém que, mesmo numa situação adversa, confiou”: “Se chegamos até aqui, é porque ele quis assim”.
O reitor revelou que vem acompanhando atentamente a trajetória do aluno, e que sabe das dificuldades que o percurso representou não só do ponto de vista econômico, mas também nos aspectos subjetivo, social e intelectual. “Ainda assim, Sérgio nunca tentou me atingir pelo sentimentalismo”, disse o reitor. “A rua não é mais o seu lugar!”, disse a Sérgio, que agradeceu: “Obrigado mais uma vez por me fazerem crescer”.
O ORIENTADOR – Diante do enorme desafio de levar seu orientando a concluir o curso de Pedagogia, o orientador de Sérgio, professor Cristiano Alberto Muniz, foi muito além do que normalmente se espera de um docente nesta função acadêmica. A gratidão estava evidente no olhar de afeto que Sérgio lançava ao seu antigo professor durante o encontro no gabinete do reitor.
Emília Silberstein/UnB Agência
 Com o professor Cristiano Muniz: muito mais que um orientador
“Todos os alunos que já passaram pela Universidade ajudaram a construí-la – mas no caso de Sérgio isso é ainda mais especial”, disse professor Cristiano, acrescentando, no entanto – como a decana Carolina Cássia –, que o caso “revela o quanto ainda estamos despreparados para esta abertura”. Para orientar Sérgio foi preciso crescer como professor e como pessoa. “Esta revolta que às vezes aparece em Sérgio é explicável: ela resulta de uma dimensão subjetiva que só ele pode entender”, disse, revelando compreensão, afeto e muito respeito pelo ex-orientando.
O momento de desligamento da Universidade guarda certa tensão para todos os envolvidos na reinserção social de Sérgio: ao sair da Universidade, o rompimento do vínculo com a academia guarda uma ameaça velada, mas evidente. “Ainda não cortamos os laços umbilicais”, revela a diretora do DDS, Maria Terezinha da Silva. “Se eu deixar de acreditar que um ser humano pode ser reinserido, tenho de abandonar minha profissão – e eu acredito, ainda que Sérgio tenha tido altos e baixos, mas nós não desistimos, e continuamos a não desistir.”
Nesse sentido, o grupo está apoiando Sérgio na tentativa de resgatar o contato com uma antiga dona de creche que o acolheu na infância, no Rio de Janeiro. Agora, um dos sonhos profissionais do formando em Pedagogia é reabrir a creche em novos moldes. “A Universidade não oferece apenas o conhecimento de sala de aula, e Sérgio está mais preparado para a vida, agora”, disse Terezinha.
Todos os presentes expressaram a confiança em Sérgio neste momento crucial de sua trajetória. Para encerrar a pequena cerimônia afetiva, a assistente social Lindalva Leonel – com seu comprometimento, uma das grandes responsáveis pela permanência de Sérgio na Universidade – preparou uma apresentação sobre o aluno, ao som de uma versão de Bittersweet Symphony, da banda britânica The Verve.
A MONOGRAFIA – A monografia As dificuldades dos moradores de rua do Distrito Federal de se inserirem por meio da educação formal pulsa com a narrativa simples – movida por sua evidente inteligência e por uma candente sinceridade ao narrar sua trajetória. O trabalho mereceu a menção máxima, mas que não se avalie haver aí qualquer ranço paternalista. “A Universidade não passou a mão na cabeça do Sérgio, ele fez valer este título. Este trabalho é o Sérgio: as fraquezas são fruto de sua história educacional, mas as conquistas são dele”, frisou professor Cristiano Muniz. Como não poderia deixar de ser, a defesa da monografia foi um momento de grande emoção: Sérgio discursou durante 45 minutos e “quase todo mundo chorou”, segundo os presentes.
Dedicada “a todos os moradores de rua do DF e a todos os que me ajudaram direta e indiretamente”, a monografia resgata o caso de Sérgio e de outros dois amigos em situação de igual vulnerabilidade social – um que conseguiu a inclusão e não mora mais na rua; e outro que, a despeito da grande capacidade crítica e conhecimento, não consegue entrar na universidade e ainda mora ao lado do restaurante Piantella, na Asa Sul. Na monografia, Sérgio faz também uma contundente crítica à Universidade.
“Acredito que a universidade idealiza o estudante perfeito e se esquece da complexidade da existência humana, pois quando vem mendigo morador de rua para dentro da universidade, vem também com estes as doenças, os vícios, a falta de disciplina e, naturalmente, a dificuldade de se adequar à rigidez acadêmica. Sendo assim, é a academia que, em um primeiro momento, tem que se adequar para receber estes estudantes até que se adaptem à academia. Falo isto por experiência própria, pois tive muito dificuldade para me adequar aos horários, às regras acadêmicas escritas e não escritas, a exigência de produção e, principalmente, para me adequar à cultura acadêmica, ou seja, a maneira de se falar e de se comportar em grupo”, diz Sérgio em sua monografia.
O formando comentou com o reitor sobre o árduo esforço por ajustar-se e aprender a se limitar pelos parâmetros comportamentais que regem a vida na UnB: “Eu não tinha condições de estar dentro dessa sociedade; tive de aprender a falar, a esperar, a me vestir, a me adequar à Universidade”, disse. O professor Cristiano concordou: “De fato, a liberdade inerente às ruas é um grande obstáculo ao enquadramento destes alunos na academia”.
A SAGA - As dificuldades que sempre permearam a vida de Sérgio Reis Ferreira são mais aterradoras do que se poderia imaginar – e vão dos maus tratos e do abandono experimentados na primeira infância em Ipatinga, Minas Gerais, à vida errante de adolescente nos corredores da execrável Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) e nas sujas ruas do Rio de Janeiro, passando pelos anos de sobrevivência na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília.
“Qual a perspectiva de quem mora na rua? De quem dorme ao relento, come as sobras dos restaurantes e consegue um trocado aqui e ali com esmola ou prestação de serviços? Como mudar a vida dessas pessoas? Sérgio Reis Ferreira, 29 anos, ex-morador de rua, descobriu um jeito de transformar seu destino. Resolveu estudar”, escreveu o recém-formado pedagogo em sua monografia. Em Brasília, acreditava que iria “encontrar com o presidente da República numa padaria e que ele resolveria os meus problemas”.
“Senti tudo na pele: frio; não fome, mas vontade de comer; e o fato de estar privado do mínimo necessário à vida em sociedade”, disse Sérgio, lembrando que, muitas vezes, guardava os livros sob um bueiro. “Eu me envergonhava de dizer aos colegas que meu material havia sido roído por ratos e baratas”, disse, reclamando que, “no Brasil, não há políticas públicas direcionadas a esta população de rua – não há bebedouros nem banheiros e as pessoas são obrigadas a buscar locais em que há água gratuitamente disponível”.
Mas o árduo caminho até a sala de aula não era feito apenas de percalços físicos – de longas caminhadas a pé, de banhos no Parque da Cidade e de roupas lavadas no Lago Paranoá: a “inclusão excludente” de Sérgio na Universidade o fazia sofrer intensamente, levando-o muitas vezes a abandonar o abrigo da instituição para sentir-se paradoxalmente acolhido pelas ruas. “Às vezes a discriminação doía, e eu chorava por saber que eu era o invasor”, revelou Sérgio.
Há quase três meses, uma fatalidade – em meio ao mar de outras adversidades – ameaçou impedir a formatura de Sérgio de forma radical: no dia 28 de agosto de 2012, ao tentar roubar do pedagogo uma quentinha, outro morador de rua o esfaqueou. A morte chegou perto, mas, como sempre, Sérgio sobreviveu. “Quanto à agressão física que quase me levou a óbito, eu somente aprendi uma dura lição: quando seres humanos ‘invisibilizados’ e silenciados pela sociedade - como os moradores de rua - lutam desesperadamente, eles utilizam até os meios mais vis e sorrateiros, no caso, a violência.”
No encontro com o reitor, Sérgio resumiu a surpreendente e notável trajetória com uma frase: “Eu não tinha mais nada em que me agarrar – só tinha a Universidade – e então me agarrei a ela com unhas e dentes”.
Fonte: 
Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.
 http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=7314

Encontro étnico-racial na EAPE


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

As Teorias do Currículo na perspectiva de Tomaz Tadeu da Silva e o “Currículo Prescrito”



Ao se analisar o currículo, termo que para Lopes e Macedo (2011) aparece pela primeira vez em 1863, mas que somente a partir de 1900 com o início da industrialização americana e em 1920 com o movimento da Escola Nova no Brasil começam  os estudos teóricos do campo curricular.
            Para melhor conceituá-lo Silva (2011) acredita que seja possível fazer a análise a partir de três perspectivas, ou seja, a forma de se compreender o significado de currículo indica uma concepção teórica de educação que se tem: tradicional, crítica e pós-estruturalista ou pós-crítica.
Na perspectiva tradicional a ênfase está nos professores, que ensinam e os alunos aprendem, existe uma avaliação classificatória onde os objetivos, métodos e procedimentos são desenvolvidos pensados somente na obtenção de resultados, em ter uma "produção mais eficiente”.
Na teoria crítica, sustentada por autores marxistas, da Escola de Frankfurt e da Nova Sociologia da Educação, desloca-se a ênfase de conceitos pedagógicos de ensino e aprendizagem para conceitos como ideologia, reprodução cultural e social, poder, classe, capitalismo, relações sociais de produção, emancipação e libertação, aparece o currículo oculto como ações que acontecem na escola que não estão escritas, mas fazem parte do cotidiano como se fosse uma verdade prescrita
Para os pós-críticos ou pós-estruturalistas o currículo estará vinculado à questão de identidade, olhar o outro como parte que constitui o sujeito, alteridade, as questões das diferenças e subjetividade, cultura, as narrativas de gênero, raça, etnia, sexualidade, o multiculturalismo.
Dentro dessa perspectiva epistemológica, o conceito de Currículo Prescrito, precisa ser elucidado, na perspectiva de Sacristán (2000, p. 147): "[...] tem impacto importante para estabelecer e definir as grandes opções pedagógicas regula o campo de ação e tem como consequência o plano de um esquema de socialização profissional através da criação de mecanismos de alcance prolongado."
Neste texto não se pretende colocar uma posição contrária ao Currículo Prescrito, antes, entendemos que cabe ao Estado definir os conteúdos mínimos e válidos para seu sistema de ensino. Sem, no entanto, invizibilizar a atuação do professor. Tal atitude pode desencadear um desestímulo do profissional, que não percebe sua identidade na proposta curricular, e consequentemente a mesma não diz respeito à sua prática e ao desenvolvimento de seu trabalho.
É necessário, que se levante um questionamento central: o documento curricular é prescrito por quem? É importante haver prescrição e regulação com a participação do professor em toda a construção curricular, caso contrário a escolarização poderá deixar lacunas no processo de desenvolvimento da aquisição dos conteúdos mínimos que dificilmente serão sanadas quando o aluno não tem acesso aos bens culturais e conhecimentos construídos socialmente.
Sacristán (2000) defende que a competência profissional de desenvolver o currículo é uma das atribuições do professor e que “[...] o caráter inoperante das prescrições curriculares na definição da prática e a debilidade profissional dos professores farão com que essa distribuição seja desigual e favorável aos meios tradutores do currículo [...] a desprofissionalização dos docentes é inevitável." (ibidem, p. 154)
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[1] Texto adaptado do artigo: “Currículo prescrito e trabalho docente: desprofissionalização dos professores na educação do Distrito Federal.” (SILVA, Francisco Thiago; SILVA, Leda Regina Bittencourt, UnB). Apresentado no X Colóquio Luso-Brasileiro sobre Questões Curriculares e VI Colóquio Luso-Brasileiro de Currículo UFMG – Belo Horizonte, Brasil. Setembro de 2012

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

II Seminário Brasiliense de História e Educação Matemática



A Sociedade Brasileira de Educação Matemática – Regional DF (SBEM-DF) convida todos os professores, estudantes, pesquisadores e interessados na área de educação matemática para o II Seminário Brasiliense de História e Educação Matemática Nilza Eigenheer Bertoni. O evento será realizado nesta sexta-feira (09) e sábado (10), no auditório da EAPE (907 Sul), e as inscrições podem ser feitas pelo site www.sbemdf.com.
O objetivo do Seminário é socializar estudos e discussões de temas afins, bem como promover trocas de experiências e intercâmbio de atividades relacionadas à pesquisa e à formação continuada de professores. Este ano o encontro trará como temática “Conversas sobre escola, ensino e aprendizagem em Matemática”, que se desdobra em debates em torno das relações professor/estudante na aprendizagem matemática; das condições de trabalho pedagógico e a escola como espaço de formação continuada; da avaliação e o ensino da matemática no DF; de como o livro didático de matemática vem sendo escolhido e utilizado no ensino de matemática no DF entre outros recursos.
A Sociedade Brasileira convidou professores das redes pública e particular que trabalham na educação básica ou com formação de professores para serem os provocadores dos debates em torno dos assuntos listados, com o intuito de contribuir com a continuidade das discussões na comunidade de educadores matemáticos do DF e comunidades escolares. Participem!

Fonte:  http://www.sinprodf.org.br/ii-seminario-brasiliense-de-historia-e-educacao-matematica/

Evento imperdível!

Audi~encia Pública na CLDF

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

CORREIO: Novo método de avaliação no ensino pode acabar com reprovação nas escolas 07/11/2012

FONTE: Correio Braziliense
O ensino fundamental da rede pública de ensino do Distrito Federal pode passar por mudanças significativas no próximo ano letivo. A atual divisão por séries poderá ser substituída por ciclos educacionais, de dois a quatro anos. A ideia é dar fim à reprovação dos estudantes dentro de cada ciclo para garantir a permanência deles na escola. A Secretaria de Educação estuda a possibilidade, mas não a assume oficialmente. Mesmo assim, o assunto provoca questionamentos entre professores e pais de alunos, por meio das entidades representativas de cada classe, pela falta de debate com a sociedade.
Grupos de trabalho da secretaria se reuniram, desde o último dia 28, na Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (Eape) para debater o currículo escolar. O último encontro ocorreu na manhã de ontem. Um dos professores que esteve presente afirma que, no primeiro dia, os participantes receberam a informação, pela assessoria do secretário de Educação, Denilson Bento da Costa, de que a mudança começaria a valer em 2013. “Levantamos dúvidas em relação à medida, mas nada foi esclarecido. Disseram-nos apenas que os detalhes estão sendo avaliados e que a mudança atinge todas as séries do ensino fundamental”, afirmou o participante da reunião, que não quis ser identificado. De acordo com ele, o descontentamento entre os docentes foi tanto que o debate ficou esvaziado depois da notícia.
Modelo importado
O sistema de progressão continuada e a extinção da avaliação no fim de cada ano letivo não serão uma experiência única do DF. Nas redes públicas municipal e estadual de São Paulo, o modelo é aplicado de forma obrigatória. Com isso, não há reprovação durante um período. No entanto, o conteúdo permanece baseado no ano letivo, assim como os livros didáticos, a organização dos professores e do currículo como um todo.


Retirado:  http://blogdowashingtondourado.wordpress.com/

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

SIMPÓSIO: Diretrizes nacionais para a educação em direitos humanos na UnB

Nos dias 12 e 13 de novembro 2012 no auditório da Reitoria da UnB haverá o simpósio "Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos na UnB". Inscrições no local do evento.
Acesse aqui a programação.
Fonte: http://www.fe.unb.br/noticias/simposio-diretrizes-nacionais-para-a-educacao-em-direitos-humanos-na-unb