sábado, 31 de março de 2012

Estudante diz sofrer agressões por intolerância religiosa

Bullying teria começado ano passado, por causa de professora que reza e lê Bíblia em sala de aula de escola estadual em SP
Sebastião da Silveira vai ao MP denunciar agressões a seu filho por causa da religião
Foto: O Globo / Eliária Andrade
Sebastião da Silveira vai ao MP denunciar agressões a seu filho por causa da religiãoO GLOBO / ELIÁRIA ANDRADE

SÃO PAULO. O estudante M.M.S., de 15 anos, diz que vem sofrendo agressões em sua escola por causa de sua religião, o candomblé. A denúncia é do pai do adolescente, o aposentado Sebastão da Silveira, de 64 anos, que na semana passada registou Boletim de Ocorrência e na tarde desta quinta-feira procurou o Ministério Público do Estado de São Paulo, pedindo segurança a seu filho.
O pai alega que a causa do bullying sofrido por seu filho é a pregração religiosa feita por uma professora de história da escola estadual Antônio Caputo, em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo. Segundo ele, ela dedica os 20 minutos iniciais de suas aulas lendo a Bíblia e rezando, enquanto os alunos são obrigados a ficar de cabeça baixa.
— É essa pregação em sala de aula que está causando a intolência e o bullying contra meu filho. Vivemos num estado laico e não pode haver ensino religioso numa escola estadual — diz Sebastião, que é sacerdote da mesma religião professada por seu filho.
Desde o ano passado, M.M.S. tem sido rejeitado pelos colegas, que o chamam de 'macumbeiro', conta o pai. As agressões se agravaram neste ano, depois que o estudante disse para a professora que estava na aula para aprender história, não religião. A mais grave delas aconteceu mês passado, quando um aluno jogou nas costas de M. uma bola de papel cheia de secreção pulmonar.
— Meu filho me telefonou muito nervoso, pedindo para que eu fosse buscá-lo. Ele não é mais o mesmo, um jovem cheio de interesse, um bom aluno. Não quer mais ir a escola, está retraído e tem tomado remédios para dormir — diz o pai.
Antes de ir à polícia e à promotoria, Sebastião procurou a diretoria da escola e chegou a participar de uma reunião com a professora e a diretora. Segundo ele, a educadora foi instransigente e disse que as orações faziam parte de sua metodologia de ensino.
Para a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, o que aconteceu na escola caracteriza discriminação étnico religiosa, o que é o passível de processo administrativo. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou por meio de nota que foi criada uma comissão para investigar o caso e não se pronunciará enquanto a enquanto a apuração não for concluída.
A promotora Vera Lúcia Acayaba de Toledo informou que ouvirá nesta sexta-feira a professora, o pai e a diretora da escola, além de uma comissão multidisciplinar para apurar a denúncia e avaliar procedimentos para proteger o adolescente.
— É claro que um educador não pode usar a religião para a educação. Mas ainda não sabemos ao certo o que houve, portanto, os fatos serão apurados pela promotoria — explicou Vera.
Nesta semana a professora de história procurou M.M.S e pediu desculpas. Em sua última aula, não leu a Bíblia nem fez orações.
A presidente da Associação Federativa da Cultura e Cultos Afro-Brasileiros (Afecab) Maria Emília Campi acredita que o que aconteceu em São Bernardo também acontece em outras escolas brasileiras.
— Temos o direito de exercer qualquer religião sem sermos retaliados. Queremos agora preservar a imagem de M. e impedir que isto se repita — completou Maria Emília.

Fonte: O Globo - 29/03/2012.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Curso de especialização em Psicologia Escolar

27/03/2012 - 14h28

Uma parceria entre o Sinpro-DF e o Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento, da Universidade de Brasília (UnB), possibilitará desconto para pessoas ou grupos interessados em se inscrever no 2º Curso de Especialização em Psicologia Escolar.
O curso, com carga horária de 420 horas, tem como objetivo oferecer uma oportunidade aos psicólogos escolares de fortalecer uma identidade profissional crítica, ativamente transformadora das condições sociais e de trabalho que permeiam o contexto escolar. O início das aulas está marcado para março de 2012. Outras informações podem ser obtidas com a Coordenação de Pós-Graduação Lato Sensu do Instituto de Psicologia, pelo telefone 3107-6823 ou com a diretora do Sinpro Vanusa Célia (9149-5746).
FOnte: www.sinprodf.org.br

Eventos em Educação Matemática Conversas sobre avaliação em Matemática

 Conversas sobre avaliação em Matemática
Mesa redonda oferecida pela SBEM-DF
Auditório do Depto. de Matemática - UnB
Brasília - DF
03 de abril de 2012
Inscrições aqui : http://www.sbemdf.com/index.php?option=com_content&view=article&id=78&Itemid=18

quarta-feira, 21 de março de 2012

MESTRADO NA UNB

Car@s leitores, estou meio "sumido" pois, a carga de leitura no mestrado está grande. Passei só pra lembrar que hoje é o dia Internacional contra a discriminação racial.

quinta-feira, 15 de março de 2012

A piada comigo foi a mais leve, diz músico após confusão em show

FILIPE OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

 O músico Raphael Lopes, 24, que chamou a polícia durante um show de stand-up após ser comparado a um macaco por um humorista, diz que a piada racista da qual foi vítima foi a coisa "mais leve" que ouviu na noite de segunda passada, no Kitsch Club, zona sul de São Paulo.

Raphael, conhecido como Rapha "Dantop", estava a trabalho no local, tocando teclado para a banda da casa.
Ele não assinou o termo que era submetido às pessoas que pagaram R$ 60 para ver a apresentação de vários comediantes, entre eles Danilo Gentili, Fábio Rabin e Felipe Hamachi, este último autor da piada que causou a confusão.

No termo, clientes se comprometiam a não ficarem ofendidos com o humor "Proibidão" da noite, que teve como temas centrais negros, gays, deficientes e mulheres.
O advogado de Raphael, Dojival Vieira, afirma que estuda "medidas legais cabíveis". Hamachi já pediu desculpas públicas ao músico.
*
Folha - Você sabia o que era o show "Proibidão"?
Raphael Lopes - Não. A banda já tocava na casa, mas o show foi de última hora.
Você assinou o termo em que se comprometia a não se ofender com as piadas?
A banda não assinou.
Quando ficou incomodado?
Logo no começo. Era horrível. Tinha piadas como: "Só namorei com mulheres com defeito --cega, muda--, mas a pior foi uma cadeirante...".
Comigo foi o mais leve.
E quando decidiu sair?
O Felipe disse: "Dizem que a Aids veio do macaco, mas não acredito. Transo sempre com macaco". Aí olhou para mim e disse: "Né?". Saí sutilmente e chamei a polícia.
E o show continuou?
Sim. Pouca gente ali sentiu a minha ausência.
E quando a polícia chegou?
O policial, também negro, me chamou de canto e disse: "A essa hora, se formos para a delegacia, vai ficar tudo como um mal entendido". Aí deixei como estava.
O humorista que fez a piada te procurou naquela noite?
Veio me pedir desculpas.
Você o desculpou?
Queria acabar logo com o assunto. Apertei a mão dele e não esbocei reação. Não há mágoa. Ele é só mais um que quer fazer sucesso com isso que chamam de humor.
De onde vem seu apelido Dantop? Tem conotação racial, por ser um doce de chocolate?
Teve até um comediante que disse: "Seu apelido é Dantop e você não acha racista?". O apelido não tem nada a ver com o fato de eu ser negro. É uma coisa de quando era adolescente. Prefiro não contar o motivo.

Fonte: www.folha.com.br



domingo, 4 de março de 2012

Minas lamenta e repudia ato racista ocorrido contra Wallace, do Cruzeiro. Vôlei Futuro usa camiseta contra o racismo!

Clube divulgou nota oficial no início da tarde desta quinta-feira

Wallace: "Não dá para aceitar ser agredido racialmente. É lamentável. Fiquei chateado"

Redação - Superesportes

01/03/2012 13:29
O Minas Tênis Clube divulgou uma nota oficial no início da tarde desta quinta-feira sobre o ato racista de uma torcedora. O caso aconteceu no clássico contra o Cruzeiro, pela Superliga Masculina de Vôlei, na noite dessa quarta-feira.

Uma torcedora não identificada chamou o jogador Wallace de “macaco” e afirmou que ele poderia “voltar para o zoológico”.

Confira a nota oficial do Minas abaixo:

“O Minas Tênis Clube lamenta e repudia o episódio envolvendo o jogador Wallace e uma torcedora não identificada, ocorrido durante o jogo entre Vivo/Minas e Sada/Cruzeiro, ontem, à noite, na Arena Vivo. Na partida pela oitava rodada do returno da primeira fase da Superliga de Vôlei Masculino 2011/2012, vencida pelos minastenistas por 3 a 2, o atleta do time cruzeirense teria recebido, de uma mulher nas arquibancadas, xingamento de caráter racista. É justo destacar que se tratou de manifestação individual, impossível de ser controlada pelo Clube e que em nada reflete a filosofia e os valores do Minas.

Vale lembrar que o Minas sempre se pautou pela retidão moral e ética, inclusive no esporte, sendo uma das mais tradicionais agremiações sócio-desportivas do País, fundada há 76 anos. É o único clube a disputar todos os campeonatos nacionais de vôlei, desde os anos 1950, e o detentor do maior número de títulos brasileiros no masculino (nove).”
Ricardinho usa uniforme do Vôlei Futuro contra o racismo, porém, Sada/Cruzeiro assumiu a liderança com triunfo em Contagem. Foto: Washington Alves/Vipcomm/Divulgação
Ricardinho usa uniforme do Vôlei Futuro contra o racismo. Foto: Washington Alves/Vipcomm/Divulgação