quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Publicado o edital para contratação de professores/as temporários/as 29/11/2012 - 09h51

A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF) publicou no Diário Oficial desta quinta-feira, dia 29, o edital do processo seletivo para contratação de professores/as temporários/as para 2013. Os selecionados ocuparão carências temporárias ou de afastamentos legais de professores/as efetivos/as, segundo o item 1.3 do edital.
Os/as candidatos/as deverão apresentar formação de nível superior para concorrerem à vaga específica. Já para atuar na disciplina Atividades, o/a candidato/a deverá apresentar o curso de Pedagogia ou o curso Normal, conforme previsto no edital (ensino médio/item 4.2.2).
Professores/as aposentados/as também podem participar do processo seletivo desde que sua aposentadoria não tenha sido por invalidez. Todos/as devem ficar atentos/as aos códigos das disciplinas que concorrerão, pois só será possível fazer uma inscrição.
Neste processo seletivo, os/as professores/as, além das escolas da rede pública, podem escolher as instituições conveniadas (Ampare, Atada, Apae, Apaed, Ceal e Sociedade Pestalozzi) como área de atuação.
As inscrições serão no período de 9 a 23 de dezembro deste ano e devem ser feitas pela Internet, no site www.iades.com.br. A taxa de inscrição é de R$ 32,00 e a prova está prevista para o dia 13 de janeiro de 2013.
O Sinpro-DF lamenta que a Secretaria de Educação tenha demorado para elaborar o processo seletivo, uma vez que, os/as professores/as que participarão desse processo terão de fazer prova no mês de janeiro.
Outro ponto que o Sindicato discorda é o da insistência da SEDF em pagar os/as professores/as em regime de contrato temporário por hora-aula, conforme estipulado no item 5.1 do edital. O Sinpro-DF continuará exigindo da Secretaria de Educação que remunere os/as professores/as temporários/as da mesma forma que os/as efetivos/as.
O Sindicato é contrário a qualquer tipo de precarização do trabalho destes professores. Importante lembrar que algumas escolas ficaram sem professor/a, o ano inteiro, porque esta forma de remuneração tem levado diversos temporários a desistir de carências, cuja carga horária é pequena.
Clique aqui para ver o edital normativo.

sábado, 24 de novembro de 2012

ATENÇÃO!! Normas Para o Processo Seletivo - Curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça

Disponibilizamos aqui as normas para a seleção! Fique atento! saiba mais...
A UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, por meio de sua Faculdade de Educação em parceria com o SECADI / Ministério da Educação (MEC), tornam público o Processo Seletivo de Alunos para o curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça, para o primeiro semestre do ano letivo de 2013, na Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.
Clique aqui para mais informações
Clique aqui para acessar o documento oficial

Fonte:  http://www.fe.unb.br/noticias/processo-seletivo-curso-de-especializacao-em-gestao-de-politicas-publicas-em-genero-e-raca

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Disciplina sobre educação étnico-racial ainda não está nos currículos

Lei completa 10 anos em janeiro, mas professores ainda não são formados para trabalhar com tema que deveria fazer parte da rotina escolar desde 2003

Priscilla Borges - iG Brasília |


Para cumprir a lei 10.639, de janeiro de 2003, que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas brasileiras, os professores reclamam que falta formação. E, sem conhecimento, não se sentem preparados para discutir o tema com os alunos, seja do ensino fundamental ou do ensino médio, onde a lei determina que o assunto seja abordado.
Alan Sampaio / iG Brasília
No Centro de Ensino Médio 1 do Gama, professores de História produzem materiais e seminários para disseminar conhecimento entre os colegas
De acordo com as diretrizes curriculares para a educação étnico-racial, elaboradas pelo Conselho Nacional de Educação após a aprovação da lei, as universidades já deveriam incluir em diferentes disciplinas, para todos os cursos de graduação, conteúdos ligados à educação das relações étnico-raciais. No caso dos cursos que formam professores – pedagogia e licenciaturas – especialmente.
Parados: Só 11% da verba de projetos educacionais para igualdade racial foi usada
A realidade, porém, é bastante diversa nas universidades. Elas não cumprem ainda, integralmente, as diretrizes definidas pelo CNE. O técnico em gestão educacional Antonio Gomes da Costa Neto fez um levantamento em todas as universidades federais para verificar se havia professores contratados para trabalhar o tema nos cursos de graduação e se a disciplina era oferecida.
A conclusão de Antonio é que a lei só é cumprida parcialmente. “Quando existe a disciplina, na maioria das instituições, ela tem caráter facultativo. Quando é obrigatória, é só para os cursos de pedagogia”, afirma. Com os resultados do levantamento, ele e o Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) protocolaram representação junto ao Ministério da Educação e o Ministério Público Federal para pedir “providências”.
Para negros: STF julga constitucionais as cotas raciais em universidades
Além de pedir a obrigatoriedade da disciplina nos cursos de graduação – sob pena de suspensão de abertura de novos cursos nas universidades que descumprirem a determinação da lei –, a representação protocolada por Gomes e seu colegas autores do documento exige a inclusão do tema como critério para a avaliação dos cursos feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Confira a íntegra da representação feita pelo Iara ao MEC
Autonomia
O Ministério da Educação acredita que as universidades têm papel fundamental para a aplicação da lei. Em nota enviada ao iG , a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC disse que as universidades precisam “cumprir seu papel e efetivar as ações indicadas no Plano Nacional de Implementação Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana”.
Sete anos de cotas: UnB já formou mais de 1 mil universitários pelas cotas
Antonio Gomes acredita que as instituições usam a autonomia administrativa para não cumprir a lei. “O MEC pode e deve interferir”, diz. “As universidades publicam estudos, criticando os sistemas de ensino por não cumprirem a lei, mas elas também não o fazem. A omissão tem sido pior”, critica.
De acordo com o levantamento de Gomes, a Universidade Federal de Ouro Preto é a instituição que parece melhor abordar o tema em seus cursos de graduação. Várias disciplinas dos departamentos de História, Educação e Letras já trabalham o tema. As disciplinas de que tratam o assunto são obrigatórias para os cursos de Ciências Biológicas, Filosofia e História. Nos demais cursos de licenciatura, são optativas. Já a disciplina mais específica “Educação das Relações Étnico-Raciais” faz parte de uma matriz comum dos cursos que formam professores.
Algumas universidades, como as federais do Acre e do Amazonas, por exemplo, não oferecem a disciplina a nenhum curso, segundo Gomes.
 
Fonte:  http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2012-11-20/disciplina-sobre-educacao-etnico-racial-ainda-nao-esta-nos-curriculos.html

 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

DEFESA DE PROJETO DE DISSERTAÇÃO - MESTRADO - FE





Car@s amig@s, foi um momento ímpar que vivenciei dia 20/11 (dia nacional da consciência negra). A banca composta pelos professores doutores: Lívia (minha orientadora) e os membros: Renísia Garcia, Anderso Oliva e Cátioa Piccolo - todos da UnB foram muito felizes em suas orientações e aprovaram meu trabalho para ser defendido ano que vem nesta mesma data. Seguem algumas imagens:

Resultado seleção de tutor/a para o curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça


 
Informamos a Lista de Classificação do Processo de Seleção de tutor/a para o curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça. Os 8 (oito) primeiros selecionados, em conformidade com a lista de Classificação a seguir, estão convocados(as) para participação de curso de formação, presencial, nos dias 28, 29 e 30 de novembro na Faculdade de Educação. Conforme o Edital, entre os convocados para a formação, apenas 06(seis) atuarão de imediato.
Resultado:

1. Mariana Marlière Létti

2. Carmem Silvia Batista

3. Marco Guilherme Bravo Burlamarqui

4. Alice de Barros Gabriel

5. Kelly Tatiane Martins Quirino

6. Francisco Thiago Silva

7. Ruth Meyre Mota Rodrigues

8. Marjorie Nogueira Chaves

9. Rebecca Samara Fidelis de Almeida

10. Cristiana dos Santos Luiz

11. Cinthia Marques Santos

12. Camila Rocha Firmino

13. Waldicéia de Moraes Teixeira da Silva

14. Cristiano Lucas Ferreira

15. Marcela Margareth Passos da Silva


Equipe GPP-GeR
Faculdade de Educação - UnB

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

CURSO: Leitura do Desenho Infantil -180 h

Data: 15 de dezembro de 2012

INVESTIMENTO: R$ 90,00 X 3 

APLICABILIDADE DO CURSO:
prova de título da SEDF e Progressão salarial
PROFESSOR:
Orlando Marçal (Mestre em Psicanálise Clínica,Professor de Psicologia, Psicanalista Clínico, Psicopedagogo , Especializando em Psicologia Jurídica )
MODALIDADE DO CURSO:
semipresencial 
LOCAL:
Avenida Central, Bloco 372 -Núcleo Bandeirante/DF

INFORMAÇÕES:

3964-5688

OBS: curso reconhecido pela Secretaria de Educação do DF.
Foto: CURSO: Leitura do Desenho Infantil -180 h

Data: 15 de dezembro de 2012

INVESTIMENTO: R$ 90,00 X 3

APLICABILIDADE DO CURSO: prova de título da SEDF e Progressão salarial

PROFESSOR: Orlando Marçal (Mestre em Psicanálise Clínica,Professor de Psicologia, Psicanalista Clínico, Psicopedagogo , Especializando em Psicologia Jurídica )
MODALIDADE DO CURSO: semipresencial
LOCAL: Avenida Central, Bloco 372 -Núcleo Bandeirante/DF

INFORMAÇÕES: 3964-5688

OBS: curso reconhecido pela Secretaria de Educação do DF.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Morador de rua se forma em Pedagogia na UnB

Mineiro Sérgio Reis Ferreira, que superou uma longa lista de adversidades até alcançar a graduação, entregou a monografia nas mãos do reitor José Geraldo de Sousa Junior

Grace Perpetuo - Da Secretaria de Comunicação da UnB

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Emília Silberstein/UnB Agência
 Sérgio entrega a monografia nas mãos do reitor José Geraldo de Sousa Junior
Os olhos de Sérgio Reis Ferreira têm um brilho intenso; o sorriso é de inesperada candura; as mãos evidenciam sofrimentos passados e um discreto nervosismo. A tentação de enxergá-lo como herói é grande – mas qualquer tentativa de apreender Sérgio na superfície é imediatamente frustrada: é preciso muito tempo e generosidade para reler o longo e árduo caminho que este idiossincrático ex-morador de rua percorreu até aqui, ao gabinete do magnífico reitor da Universidade de Brasília nesse mês de novembro de 2012. Foi no primeiro dia de novembro, então, que - com um sorriso tímido - o mineiro Sérgio enfim pôde entregar nas mãos de José Geraldo de Sousa Junior a monografia que atesta a conclusão do curso de Pedagogia iniciado por ele na UnB há seis anos, em 2006.
Incomum – e contundente por sua própria natureza –, o ato de entrega da monografia As dificuldades dos moradores de rua do Distrito Federal de se inserirem por meio da educação formal representou ao mesmo tempo o triunfo de Sérgio e o da Universidade em si, já que o ineditismo do caso obrigou a instituição a se desdobrar para manter o estudante aqui após a surpreendente aprovação no primeiro vestibular de 2006.  “A universidade que não lida com isto – que não acompanha esse aluno proveniente de situação adversa em todas as circunstâncias, até que complete o seu ciclo – é que fracassa, e não ele”, disse José Geraldo, em referência à constante ameaça de descontinuidade que pairava sobre Sérgio durante os anos na UnB.
De fato, para que o aluno fosse aprovado, fez-se um pacto. O acordo – por meio do qual se definiu a responsabilidade de cada um – envolveu os diversos atores cruciais ao processo: o próprio Sérgio, evidentemente; o professor e orientador Cristiano Alberto Muniz; a assistente social da UnB Lindalva Leonel; e a decana de Assuntos Comunitários (DAC) Carolina Cássia, por meio da Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS), capiteaneada pela diretora Maria Terezinha da Silva; entre muitos outros na gestão de José Geraldo e nas gestões anteriores, de Roberto Aguiar e Timothy Mulholland.  
Institucionalmente, a Universidade colaborou para a permanência de Sérgio com apoio sob a forma de alimentação, transporte, assistência social, orientação pedagógica etc. “A Universidade cumpriu com o seu dever com relação a um aluno em situação de extrema vulnerabiliade – e talvez o nosso aluno mais vulnerável tenha sido de fato o Sérgio”, atesta a decana Carolina Cássia. Ela ressaltou a importância do trabalho da DDS, mas admitiu que, para lidar com um caso como este, professores e técnicos ainda têm muito a aprender. A experiência com Sérgio foi uma grande aula. Para a decana, o ex-morador de rua é uma figura emblemática: “O Sérgio vive a UnB”.
“De minha parte, tenho muito a agradecer a toda a equipe; à Universidade como um todo; e a todos os que puderam viabilizar este momento”, disse Sérgio durante o encontro com o reitor. “A educação não é só uma preparação para o trabalho, mas especialmente para a vida. É este o papel da Universidade – e isso ela cumpriu.”
ULTRAPASSAGEM – “Não estamos aqui em torno do personagem Sérgio – mas sim do sujeito que, sobretudo, saiu da condição de vítima e trouxe sua vida até aqui, realizando uma ultrapassagem”, disse o reitor José Geraldo, para quem Sérgio é “alguém que, mesmo numa situação adversa, confiou”: “Se chegamos até aqui, é porque ele quis assim”.
O reitor revelou que vem acompanhando atentamente a trajetória do aluno, e que sabe das dificuldades que o percurso representou não só do ponto de vista econômico, mas também nos aspectos subjetivo, social e intelectual. “Ainda assim, Sérgio nunca tentou me atingir pelo sentimentalismo”, disse o reitor. “A rua não é mais o seu lugar!”, disse a Sérgio, que agradeceu: “Obrigado mais uma vez por me fazerem crescer”.
O ORIENTADOR – Diante do enorme desafio de levar seu orientando a concluir o curso de Pedagogia, o orientador de Sérgio, professor Cristiano Alberto Muniz, foi muito além do que normalmente se espera de um docente nesta função acadêmica. A gratidão estava evidente no olhar de afeto que Sérgio lançava ao seu antigo professor durante o encontro no gabinete do reitor.
Emília Silberstein/UnB Agência
 Com o professor Cristiano Muniz: muito mais que um orientador
“Todos os alunos que já passaram pela Universidade ajudaram a construí-la – mas no caso de Sérgio isso é ainda mais especial”, disse professor Cristiano, acrescentando, no entanto – como a decana Carolina Cássia –, que o caso “revela o quanto ainda estamos despreparados para esta abertura”. Para orientar Sérgio foi preciso crescer como professor e como pessoa. “Esta revolta que às vezes aparece em Sérgio é explicável: ela resulta de uma dimensão subjetiva que só ele pode entender”, disse, revelando compreensão, afeto e muito respeito pelo ex-orientando.
O momento de desligamento da Universidade guarda certa tensão para todos os envolvidos na reinserção social de Sérgio: ao sair da Universidade, o rompimento do vínculo com a academia guarda uma ameaça velada, mas evidente. “Ainda não cortamos os laços umbilicais”, revela a diretora do DDS, Maria Terezinha da Silva. “Se eu deixar de acreditar que um ser humano pode ser reinserido, tenho de abandonar minha profissão – e eu acredito, ainda que Sérgio tenha tido altos e baixos, mas nós não desistimos, e continuamos a não desistir.”
Nesse sentido, o grupo está apoiando Sérgio na tentativa de resgatar o contato com uma antiga dona de creche que o acolheu na infância, no Rio de Janeiro. Agora, um dos sonhos profissionais do formando em Pedagogia é reabrir a creche em novos moldes. “A Universidade não oferece apenas o conhecimento de sala de aula, e Sérgio está mais preparado para a vida, agora”, disse Terezinha.
Todos os presentes expressaram a confiança em Sérgio neste momento crucial de sua trajetória. Para encerrar a pequena cerimônia afetiva, a assistente social Lindalva Leonel – com seu comprometimento, uma das grandes responsáveis pela permanência de Sérgio na Universidade – preparou uma apresentação sobre o aluno, ao som de uma versão de Bittersweet Symphony, da banda britânica The Verve.
A MONOGRAFIA – A monografia As dificuldades dos moradores de rua do Distrito Federal de se inserirem por meio da educação formal pulsa com a narrativa simples – movida por sua evidente inteligência e por uma candente sinceridade ao narrar sua trajetória. O trabalho mereceu a menção máxima, mas que não se avalie haver aí qualquer ranço paternalista. “A Universidade não passou a mão na cabeça do Sérgio, ele fez valer este título. Este trabalho é o Sérgio: as fraquezas são fruto de sua história educacional, mas as conquistas são dele”, frisou professor Cristiano Muniz. Como não poderia deixar de ser, a defesa da monografia foi um momento de grande emoção: Sérgio discursou durante 45 minutos e “quase todo mundo chorou”, segundo os presentes.
Dedicada “a todos os moradores de rua do DF e a todos os que me ajudaram direta e indiretamente”, a monografia resgata o caso de Sérgio e de outros dois amigos em situação de igual vulnerabilidade social – um que conseguiu a inclusão e não mora mais na rua; e outro que, a despeito da grande capacidade crítica e conhecimento, não consegue entrar na universidade e ainda mora ao lado do restaurante Piantella, na Asa Sul. Na monografia, Sérgio faz também uma contundente crítica à Universidade.
“Acredito que a universidade idealiza o estudante perfeito e se esquece da complexidade da existência humana, pois quando vem mendigo morador de rua para dentro da universidade, vem também com estes as doenças, os vícios, a falta de disciplina e, naturalmente, a dificuldade de se adequar à rigidez acadêmica. Sendo assim, é a academia que, em um primeiro momento, tem que se adequar para receber estes estudantes até que se adaptem à academia. Falo isto por experiência própria, pois tive muito dificuldade para me adequar aos horários, às regras acadêmicas escritas e não escritas, a exigência de produção e, principalmente, para me adequar à cultura acadêmica, ou seja, a maneira de se falar e de se comportar em grupo”, diz Sérgio em sua monografia.
O formando comentou com o reitor sobre o árduo esforço por ajustar-se e aprender a se limitar pelos parâmetros comportamentais que regem a vida na UnB: “Eu não tinha condições de estar dentro dessa sociedade; tive de aprender a falar, a esperar, a me vestir, a me adequar à Universidade”, disse. O professor Cristiano concordou: “De fato, a liberdade inerente às ruas é um grande obstáculo ao enquadramento destes alunos na academia”.
A SAGA - As dificuldades que sempre permearam a vida de Sérgio Reis Ferreira são mais aterradoras do que se poderia imaginar – e vão dos maus tratos e do abandono experimentados na primeira infância em Ipatinga, Minas Gerais, à vida errante de adolescente nos corredores da execrável Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) e nas sujas ruas do Rio de Janeiro, passando pelos anos de sobrevivência na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília.
“Qual a perspectiva de quem mora na rua? De quem dorme ao relento, come as sobras dos restaurantes e consegue um trocado aqui e ali com esmola ou prestação de serviços? Como mudar a vida dessas pessoas? Sérgio Reis Ferreira, 29 anos, ex-morador de rua, descobriu um jeito de transformar seu destino. Resolveu estudar”, escreveu o recém-formado pedagogo em sua monografia. Em Brasília, acreditava que iria “encontrar com o presidente da República numa padaria e que ele resolveria os meus problemas”.
“Senti tudo na pele: frio; não fome, mas vontade de comer; e o fato de estar privado do mínimo necessário à vida em sociedade”, disse Sérgio, lembrando que, muitas vezes, guardava os livros sob um bueiro. “Eu me envergonhava de dizer aos colegas que meu material havia sido roído por ratos e baratas”, disse, reclamando que, “no Brasil, não há políticas públicas direcionadas a esta população de rua – não há bebedouros nem banheiros e as pessoas são obrigadas a buscar locais em que há água gratuitamente disponível”.
Mas o árduo caminho até a sala de aula não era feito apenas de percalços físicos – de longas caminhadas a pé, de banhos no Parque da Cidade e de roupas lavadas no Lago Paranoá: a “inclusão excludente” de Sérgio na Universidade o fazia sofrer intensamente, levando-o muitas vezes a abandonar o abrigo da instituição para sentir-se paradoxalmente acolhido pelas ruas. “Às vezes a discriminação doía, e eu chorava por saber que eu era o invasor”, revelou Sérgio.
Há quase três meses, uma fatalidade – em meio ao mar de outras adversidades – ameaçou impedir a formatura de Sérgio de forma radical: no dia 28 de agosto de 2012, ao tentar roubar do pedagogo uma quentinha, outro morador de rua o esfaqueou. A morte chegou perto, mas, como sempre, Sérgio sobreviveu. “Quanto à agressão física que quase me levou a óbito, eu somente aprendi uma dura lição: quando seres humanos ‘invisibilizados’ e silenciados pela sociedade - como os moradores de rua - lutam desesperadamente, eles utilizam até os meios mais vis e sorrateiros, no caso, a violência.”
No encontro com o reitor, Sérgio resumiu a surpreendente e notável trajetória com uma frase: “Eu não tinha mais nada em que me agarrar – só tinha a Universidade – e então me agarrei a ela com unhas e dentes”.
Fonte: 
Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.
 http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=7314

Encontro étnico-racial na EAPE


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

As Teorias do Currículo na perspectiva de Tomaz Tadeu da Silva e o “Currículo Prescrito”



Ao se analisar o currículo, termo que para Lopes e Macedo (2011) aparece pela primeira vez em 1863, mas que somente a partir de 1900 com o início da industrialização americana e em 1920 com o movimento da Escola Nova no Brasil começam  os estudos teóricos do campo curricular.
            Para melhor conceituá-lo Silva (2011) acredita que seja possível fazer a análise a partir de três perspectivas, ou seja, a forma de se compreender o significado de currículo indica uma concepção teórica de educação que se tem: tradicional, crítica e pós-estruturalista ou pós-crítica.
Na perspectiva tradicional a ênfase está nos professores, que ensinam e os alunos aprendem, existe uma avaliação classificatória onde os objetivos, métodos e procedimentos são desenvolvidos pensados somente na obtenção de resultados, em ter uma "produção mais eficiente”.
Na teoria crítica, sustentada por autores marxistas, da Escola de Frankfurt e da Nova Sociologia da Educação, desloca-se a ênfase de conceitos pedagógicos de ensino e aprendizagem para conceitos como ideologia, reprodução cultural e social, poder, classe, capitalismo, relações sociais de produção, emancipação e libertação, aparece o currículo oculto como ações que acontecem na escola que não estão escritas, mas fazem parte do cotidiano como se fosse uma verdade prescrita
Para os pós-críticos ou pós-estruturalistas o currículo estará vinculado à questão de identidade, olhar o outro como parte que constitui o sujeito, alteridade, as questões das diferenças e subjetividade, cultura, as narrativas de gênero, raça, etnia, sexualidade, o multiculturalismo.
Dentro dessa perspectiva epistemológica, o conceito de Currículo Prescrito, precisa ser elucidado, na perspectiva de Sacristán (2000, p. 147): "[...] tem impacto importante para estabelecer e definir as grandes opções pedagógicas regula o campo de ação e tem como consequência o plano de um esquema de socialização profissional através da criação de mecanismos de alcance prolongado."
Neste texto não se pretende colocar uma posição contrária ao Currículo Prescrito, antes, entendemos que cabe ao Estado definir os conteúdos mínimos e válidos para seu sistema de ensino. Sem, no entanto, invizibilizar a atuação do professor. Tal atitude pode desencadear um desestímulo do profissional, que não percebe sua identidade na proposta curricular, e consequentemente a mesma não diz respeito à sua prática e ao desenvolvimento de seu trabalho.
É necessário, que se levante um questionamento central: o documento curricular é prescrito por quem? É importante haver prescrição e regulação com a participação do professor em toda a construção curricular, caso contrário a escolarização poderá deixar lacunas no processo de desenvolvimento da aquisição dos conteúdos mínimos que dificilmente serão sanadas quando o aluno não tem acesso aos bens culturais e conhecimentos construídos socialmente.
Sacristán (2000) defende que a competência profissional de desenvolver o currículo é uma das atribuições do professor e que “[...] o caráter inoperante das prescrições curriculares na definição da prática e a debilidade profissional dos professores farão com que essa distribuição seja desigual e favorável aos meios tradutores do currículo [...] a desprofissionalização dos docentes é inevitável." (ibidem, p. 154)
________________________________ 


[1] Texto adaptado do artigo: “Currículo prescrito e trabalho docente: desprofissionalização dos professores na educação do Distrito Federal.” (SILVA, Francisco Thiago; SILVA, Leda Regina Bittencourt, UnB). Apresentado no X Colóquio Luso-Brasileiro sobre Questões Curriculares e VI Colóquio Luso-Brasileiro de Currículo UFMG – Belo Horizonte, Brasil. Setembro de 2012

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

II Seminário Brasiliense de História e Educação Matemática



A Sociedade Brasileira de Educação Matemática – Regional DF (SBEM-DF) convida todos os professores, estudantes, pesquisadores e interessados na área de educação matemática para o II Seminário Brasiliense de História e Educação Matemática Nilza Eigenheer Bertoni. O evento será realizado nesta sexta-feira (09) e sábado (10), no auditório da EAPE (907 Sul), e as inscrições podem ser feitas pelo site www.sbemdf.com.
O objetivo do Seminário é socializar estudos e discussões de temas afins, bem como promover trocas de experiências e intercâmbio de atividades relacionadas à pesquisa e à formação continuada de professores. Este ano o encontro trará como temática “Conversas sobre escola, ensino e aprendizagem em Matemática”, que se desdobra em debates em torno das relações professor/estudante na aprendizagem matemática; das condições de trabalho pedagógico e a escola como espaço de formação continuada; da avaliação e o ensino da matemática no DF; de como o livro didático de matemática vem sendo escolhido e utilizado no ensino de matemática no DF entre outros recursos.
A Sociedade Brasileira convidou professores das redes pública e particular que trabalham na educação básica ou com formação de professores para serem os provocadores dos debates em torno dos assuntos listados, com o intuito de contribuir com a continuidade das discussões na comunidade de educadores matemáticos do DF e comunidades escolares. Participem!

Fonte:  http://www.sinprodf.org.br/ii-seminario-brasiliense-de-historia-e-educacao-matematica/

Evento imperdível!

Audi~encia Pública na CLDF

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

CORREIO: Novo método de avaliação no ensino pode acabar com reprovação nas escolas 07/11/2012

FONTE: Correio Braziliense
O ensino fundamental da rede pública de ensino do Distrito Federal pode passar por mudanças significativas no próximo ano letivo. A atual divisão por séries poderá ser substituída por ciclos educacionais, de dois a quatro anos. A ideia é dar fim à reprovação dos estudantes dentro de cada ciclo para garantir a permanência deles na escola. A Secretaria de Educação estuda a possibilidade, mas não a assume oficialmente. Mesmo assim, o assunto provoca questionamentos entre professores e pais de alunos, por meio das entidades representativas de cada classe, pela falta de debate com a sociedade.
Grupos de trabalho da secretaria se reuniram, desde o último dia 28, na Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (Eape) para debater o currículo escolar. O último encontro ocorreu na manhã de ontem. Um dos professores que esteve presente afirma que, no primeiro dia, os participantes receberam a informação, pela assessoria do secretário de Educação, Denilson Bento da Costa, de que a mudança começaria a valer em 2013. “Levantamos dúvidas em relação à medida, mas nada foi esclarecido. Disseram-nos apenas que os detalhes estão sendo avaliados e que a mudança atinge todas as séries do ensino fundamental”, afirmou o participante da reunião, que não quis ser identificado. De acordo com ele, o descontentamento entre os docentes foi tanto que o debate ficou esvaziado depois da notícia.
Modelo importado
O sistema de progressão continuada e a extinção da avaliação no fim de cada ano letivo não serão uma experiência única do DF. Nas redes públicas municipal e estadual de São Paulo, o modelo é aplicado de forma obrigatória. Com isso, não há reprovação durante um período. No entanto, o conteúdo permanece baseado no ano letivo, assim como os livros didáticos, a organização dos professores e do currículo como um todo.


Retirado:  http://blogdowashingtondourado.wordpress.com/