sábado, 29 de dezembro de 2012

Passamos os 10 mil acessos.

O ano de 2012 foi coroado com o número excelente de acesso a este blog, de mais de 10 mil. Temos certeza de que o ano vindouro trará a concretização de muitos sonhos. Esperamos também que para os próximos meses a luta anti-racista em prol de um páis melhor avance demasiadamente.Desejo, aqui de São Paulo, um Feliz ano novo!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

“Não somos uma sociedade pós-racista”, diz Kimberlé Crenshaw

Seg, 03 de Dezembro de 2012 13:06
kimberl-crenshaw_seminrio-acoes-afirmativasMuito do que se imagina sobre as conquistas da luta antirracista nos Estados Unidos não passa de um mito. A opinião é da norte-americana Kimberlé Crenshaw, professora de direitos civis das universidades de Columbia e da Califórnia em Los Angeles (Ucla). Ao lado do também norte-americano Luke Charles Harris, professor de ciências políticas do Vassar College, e da brasileira Jurema Werneck, presidenta da ONG Criola, a militante participou do Seminário “Ações Afirmativas para a Promoção da Igualdade Racial”, promovido pelo Instituto Ethos em São Paulo.
Uma das principais lideranças da teoria crítica do racismo, que examina as questões de poder na estrutura social dos EUA e as causas do racismo, Kimberlé mostra que, apesar de muitos avanços nas questões raciais, é nítido que a sociedade norte-americana não vive a era do pós-racismo.
A distância entre os salários de negros e brancos é a primeira evidência de que a luta por direitos iguais precisa continuar. “Os afro-americanos ganham 65 % do salário dos brancos no país. A diferença acontece até entre profissionais que desempenham a mesma função”, diz ela. “Médicos e advogados brancos ganham mais do que médicos e advogados negros.”
Essa diferença na remuneração aumentou no período pós-crise econômica de 2008. A falta de acesso aos locais onde o dinheiro circula e onde surgem as boas oportunidades de trabalho e de educação é um dos grandes fatores que levam à desigualdade. “Isso impede que uma massa de pessoas tenha acesso a determinados empregos. Não é só o salário do negro que determina sua situação, mas suas possibilidades de atuação.”
Para ela, um dos maiores desafios da sociedade hoje é aceitar que o racismo persiste. “As pessoas têm dificuldade em acreditar que são racistas”, diz. “Isso se deve muito à mídia, que insiste em dizer que tais problemas estão relacionados a questões de diferenças salariais.”
Em relação ao setor empresarial, os EUA têm muito a ensinar ao Brasil. Atualmente, 72% das 500 empresas mais ricas norte-americanas têm pelo menos uma política de inclusão racial. Entre as 60 primeiras da lista, 92% adotam iniciativas para favorecer a inclusão de negros no seu quadro funcional. Esses avanços são resultado de políticas de governo que nasceram durante a administração de John F. Kennedy (1961-1963). Para incentivar a equidade dentro das empresas, o então presidente criou uma série de incentivos para companhias que contratavam afro-americanos, como isenção em taxas e impostos e inúmeras vantagens nas licitações governamentais. Tais políticas foram seguidas pelo sucessor de Kennedy, Lyndon B. Johnson (1963-1969), e pelo republicano Richard Nixon, que levou a ideia da inclusão racial para as instituições do mercado financeiro.
Com essas ações do governo, foi possível aumentar em 35% o salário dos negros e em 46% o número de trabalhadores negros em posição de chefia. O bom desempenho financeiro das empresas que adotam políticas de inclusão racial demonstra que a diversidade deixa a companhia mais eficiente e preparada para competir globalmente.
Essas informações foram apresentadas durante a mesa que discutiu o tema “A Questão Racial no Brasil e nos EUA – uma Análise Comparada para a Superação de Mitos”. Kimberlé Crenshaw, participante da mesa, é também fundadora do Fórum de Política Afro-Americana, um instituto dedicado à questão racial, justiça, gênero e direitos humanos. Nos anos 1990, morou no Brasil por um ano e participou de vários momentos do movimento negro no país.
Depois de sua participação no seminário, a professora conversou com o Instituto Ethos sobre os principais avanços do movimento no Brasil e nos EUA. Veja a seguir os principais trechos da entrevista.
Instituto Ethos: Como a senhora enxerga os avanços do movimento negro no Brasil?
Kimberlé Crenshaw: Venho para o Brasil desde 1994 e cheguei a viver no país durante um ano. Lembro-me de que as conversas sobre a questão racial ainda giravam em torno de como fazer a coisa acontecer. Participei de conferências e encontros com acadêmicos e advogados sobre o tema. Naquela época, as dúvidas eram como começar o movimento, como levar esse conhecimento para a sociedade e quais estratégias deveriam ser usadas para enfrentar os problemas do racismo. Era preciso fazer com que a sociedade enxergasse que era racista. Hoje observamos que houve avanços. Há programas de cotas nas universidades, a sociedade entende a questão de forma mais ampla e o movimento passou para outros países da América Latina.
IE: Como a senhora vê a atuação das empresas  brasileiras em comparação com as norte-americanas?
KC: Seria difícil falar diretamente das empresas brasileiras, mas talvez o Brasil possa aprender com o que aconteceu nos EUA. Uma coisa é certa: as empresas costumam responder a incentivos governamentais e a medidas que moldam os negócios. Algumas estão mais atentas a essa conversa e entendem que a valorização da diversidade pode beneficiar não apenas os negros diretamente, mas toda a sociedade em geral. As pessoas falam muito que o Brasil está na posição de líder mundial, pois é dono de alguns dos maiores recursos naturais do planeta. No entanto, as pessoas são os maiores recursos que um país pode ter. E o maior recurso do Brasil é a sua população. É preciso dar oportunidade para que todas essas pessoas possam contribuir, deixar que os negros, por exemplo, mostrem seus talentos. É preciso fazer a mudança para uma sociedade mais integrada e saber lidar com as divisões sociais para incluir a população marginalizada.
IE: Como isso aconteceu nos EUA?
KC: Nos EUA, cada setor atuou à sua maneira. O setor de construção civil, por exemplo, era muito lucrativo, mas composto por pessoas brancas, pois durante anos funcionou em torno de um network com as mesmas pessoas. É preciso identificar quais são os erros para depois ver onde estão as oportunidades para mudança. O governo nos EUA teve um papel fundamental e muito significativo quando encorajou as empresas a abrirem a cabeça sobre a questão racial. É sempre um projeto de risco mudar a forma de fazer negócios. Empresas têm seus compromissos com o botton line, mas, como o governo é sempre um dos atores mais importantes do mercado para cada setor, seus estímulos são fundamentais. Quando o governo cria incentivos para que as empresas tenham acesso a mercados que antes não alcançavam, a mudança vem.
IE: Que tipos de benefício foram criados?
KC: Esses incentivos começaram nos anos 1960, com o Ato Permanente de Kennedy. Eles aparecem nos contratos. Por exemplo, empresas com políticas de inclusão de minorias ganham vantagens nos processos de licitação do governo. Pois é claro que, para uma empresa de porte menor, fazer ações afirmativas pode significar custos. Mas, se isso lhe der acesso a mercados que até então não atingia, claro que se torna interessante para seu negócio. A partir disso, as empresas precisaram mudar as formas de recrutar seus funcionários, de procurar as pessoas, pois, se não faziam o que estava no contrato, levavam multas.
IE: Isso significa que os avanços partiram do governo?
KC: Sim. Existe uma crença de que apenas o movimento civil conseguiu mudar a sociedade norte-americana. Mas isso não é verdade. A mudança nos EUA acontece num momento de confluência entre sociedade, administração, Congresso e Corte. Teve um momento, em que todos tiveram essa percepção. Éramos uma sociedade democrática, mas, de fato, não estávamos parecendo com isso. Era preciso olhar essas diferenças. Mas cada instituição deve fazer seu papel para haver integração. Hoje temos um presidente negro, Barack Obama, e certamente as coisas podem ficar mais fáceis, mas ainda não estamos onde deveríamos estar.
IE: A senhora fala muito em diversidade e competição global. De que forma esses conceitos estão relacionados?
KC: Acredito que uma força de trabalho homogênea não seja rentável para uma empresa. Ninguém vai conseguir atingir o mercado e clientes com uma estratégia monocromática. As empresas precisam ter diferentes perspectivas e formas de pensar em novos negócios. Uma empresa paroquial não consegue entrar num mercado global que é completamente diverso hoje. E as empresas perceberam que há vantagem competitiva em incorporar uma visão multicultural que reflita nos produtos e na imagem.
IE:A senhora acredita que as conquistas raciais nos EUA estão estagnadas?
KC: Esse movimento não é linear, não vai sempre para a frente. Em algumas áreas, depois da queda da economia, muitos negros voltaram à situação de 1984. Vinte anos de progresso e uma queda na economia fez com que o movimento sofresse um retrocesso. Precisamos ter a habilidade constante de ajustar nossas ferramentas de acordo com os acontecimentos históricos. Em termos de justiça, saúde e educação, fizemos grandes progressos desde 1954. Mas nem sempre as coisas funcionam o tempo todo. Também é natural que, às vezes, o terceiro setor puxe as mudanças e outras vezes o governo lidere. Temos de aceitar essas nuances. Todo movimento tem suas fases de avanço e retrocesso. É preciso estar vigilante em relação às nossas ferramentas, ao nosso discurso e às circunstâncias sociais. Muita coisa avançou. Hoje temos um presidente negro, o que está diretamente relacionado ao fato de o movimento negro ter maior força política no país e poder usar os processos políticos com maior representação.
Fonte: Instituto Ethos
Por: Giselle Paulino
Na foto (da esq. para a dir.): Jurema Werneck, Luke Charles Harris e Kimberlé Crenshaw.
Crédito: Clovis Fabiano
Fonte: Geledés

Disponível em:  http://www.abpn.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2512%3Anao-somos-uma-sociedade-pos-racista-diz-kimberle-crenshaw&catid=120%3Aassunto1&lang=pt

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Grupo de Pesquisa GEPPHERG - Grupo de Estudo e Pesquisa em Políticas Públicas, História, Educação das Relações Raciais e de Gênero.

Identificação Recursos Humanos Linhas de Pesquisa Indicadores do Grupo
 
 Identificação
 Dados básicos
Nome do grupo: GEPPHERG - Grupo de Estudo e Pesquisa em Políticas Públicas, História, Educação das Relações Raciais e de Gênero.
Status do grupo: certificado pela instituição
Ano de formação: 2012
Data da última atualização: 16/11/2012 18:20
Líder(es) do grupo:  Renisia Cristina Garcia Filice -
Área predominante: Ciências Humanas; Educação
Instituição: Universidade de Brasília - UNB
Órgão: Unidade: Departamento de Métodos e Técnicas
 Endereço
Logradouro: campus Darcy Ribeiro
Bairro: Asa Norte CEP: 70910000
Cidade: Brasilia UF: DF
Telefone: Fax:
  Home page:
 Repercussões dos trabalhos do grupo
Com vistas a refletir sobre a relação políticas públicas, gestão educacional e os mecanismos de exclusão históricos no país, em especial raça, classe e gênero, em suas diferentes interfaces, constituímos um grupo de estudiosos de diferentes áreas empenhados com a produção de altos estudos e pesquisas que auxiliem na reconfiguração de políticas públicas, da gestão educacional e das relações cotidianas em ambientes diversificados de aprendizagem, formais e não formais. O aprofundamento de estudos e pesquisas no âmbito da interseccionalidade entre raça, classe e gênero no campo das políticas públicas, pode contribuir também para repensar o papel das instituições de ensino, em especial da área de História, Ensino de História e História da Educação, posto que, nossos estudos sobre políticas públicas e gestão, consideram a História do Brasil e da Educação, numa perspectiva, preferencialmente, histórico-crítica e cultural. Intenta-se também, a partir de contatos e parcerias, ampliar os registros de práticas históricas de movimentos sociais de negros, negras, mulheres, indígenas, para auxiliar na revisão historiográfica brasileira com vistas à promoção de uma educação antirracista e antissexista voltada para a defesa da cidadania e a consolidação dos direitos humanos. Neste contexto, o Gepperhg objetiva evidenciar na implementação e avaliação de políticas públicas, as implicações da tríade - raça, classe e gênero - para minimizar a desigualdade social no país. De outra parte, trabalha com afinco para evidenciar a relação entre História, políticas públicas e o Fazer em sala de aula, em especial, no Ensino de História.



 Recursos humanos
 Pesquisadores Total: 5  
Cristiane Fernanda dos Santos Assis Marta Santos da Silva Holanda Lobo
Iracilda Pimentel Carvalho Renisia Cristina Garcia Filice
Josenilton Marques da Silva  
 Estudantes Total: 6  
Anderson Diniz Galvão Krissiane Marques da Silva
Francisco Thiago Silva Marjorie Nogueira Chaves
Gisely Cardoso da Silva Matheus Maciel Nunes
 Técnicos Total: 1  
Renata Parreira Peixoto - Graduação - Educador



 Linhas de pesquisa Total: 3  



 Relações com o setor produtivo Total: 1  

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Disponível texto apresentado na ANPED Centro Oeste em Julho/2012 - Corumbá - MS:


http://www.anpedco2012.ufms.br/trabalhos/GT4/ARTIGO/L-015.pdf  

(CLIQUE NO LINK ACIMA PARA LER O TEXTO NA ÍNTEGRA)

Currículo e Diversidade Etnicorracial nos Anos Iniciais da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal
 

FRANCISCO THIAGO SILVA/UNB

Resumo: O estudo apresenta uma análise documental a respeito das relações etnicorraciais na educação, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, tendo como referência as atuais Orientações Curriculares das escolas públicas do Distrito Federal. O texto traz um panorama sobre o cenário político e educacional do Distrito Federal entre os anos de 2007 e 2010. Nesse período o currículo foi reformulado, sendo a referência atual da rede. O assunto será abordado sob a ótica reflexiva de autores como: Sacristán (1995:2000), Gomes (2008), Cavalleiro (2000), Munanga (2008), Santomé (1998), Borges (2010) e outros. É importante perceber como o currículo tem influenciado ou não práticas pedagógicas que visem o respeito e o combate às discriminações e os preconceitos dirigidos principalmente aos/as estudantes negros/as, numa perspectiva antirracista.


Palavras-Chave: Currículo, Diversidade Etnicorracial, Anti-racismo.

Sem debate, Secretaria apresenta propostas de ciclo e semestralidade 03/12/2012 - 18h24

O secretário de Educação Denilson Costa apresentou ao Sinpro nesta segunda-feira, 3,   os projetos de implantação dos ciclos no ensino fundamental séries iniciais e finais e da semestralidade no ensino médio. Ele afirmou que as duas propostas serão implantadas em 2013. Estavam presentes os diretores Berenice Darc, Cláudio Antunes, Fernando dos Reis e Júlio Barros.
Os diretores do Sinpro questionaram a ausência de debate com a categoria a respeito do assunto, lembrando que uma proposta dessa magnitude deveria ser debatida democraticamente com a comunidade escolar antes de sua implantação. O secretário afirmou que as discussões do currículo em 2011 foram suficientes para a tomada de decisão da implantação das duas propostas. Afirmou ainda que realizarão seminários nas regionais e um seminário no Centro de Convenções até o dia 18 de dezembro para discutir o assunto.
Entre as mudanças anunciadas para as séries iniciais: o BIA (Bloco Inicial de Alfabetização) passa a ser do 1º ao 5º ano e a reprovação só ocorrerá no 5º ano. Segundo ele os/as professores/as passarão por uma formação e o material pedagógico e técnico será compatível com a nova proposta.  A implantação será obrigatória para todas as escolas classes em 2013.
Para as séries finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) a adesão ao ciclo será optativa, ou seja, cada escola se responsabilizará por escolher a forma de seriação. A reprovação só ocorrerá ao final do 9º ano. Só poderão participar as escolas que possuírem os quatros anos num mesmo turno (poucas escolas atendem a esse requisito).
No caso do ensino médio, a semestralidade será obrigatória em todas as escolas no turno noturno. Para os turnos diurnos as escolas devem ter número de turmas par e os três anos do ensino médio no mesmo turno. Das 87 escolas de ensino médio existentes no DF, 24 não terão a implantação por não atenderem às características exigidas.
AVALIAÇÃO
Embora a implantação dos ciclos e da semestralidade seja defendida pelo movimento do magistério nacional, o Sinpro entende que o GDF está errando na forma, já que não houve qualquer diálogo específico sobre isso com a categoria. São alterações muito profundas e que não podem ser feitas de forma açodada, sem transparência no debate. A formação dos professores também nos preocupa: como se fará essa formação se o projeto já estará sendo implantado?
O Sinpro está analisando as experiências realizadas em outros estados com a mudança na forma de avaliação e seriação a fim de analisar os resultados apresentados pela educação pública nessas unidades da federação.
No final da reunião os diretores do Sinpro  questionaram a ausência de discussão das propostas e ao mesmo tempo e cobraram a negociação a respeito da nossa campanha salarial.

Fonte:  http://www.sinprodf.org.br/sem-debate-secretaria-apresenta-propostas-de-ciclo-e-semestralidade/

Fórum de Políticas Públicas de Educação

Fórum de Políticas Públicas de Educação

domingo, 2 de dezembro de 2012

INSCRIÇÕES ABERTAS!! Curso de Curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça!!

Imagem de Leandro Freire
INSCRIÇÕES - Processo Seletivo - Curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça

 
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A UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, por meio de sua Faculdade de Educação , torna pública a inscrição para o Processo Seletivo de Alunos para o curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça, para o primeiro semestre do ano letivo de 2013.

Clique aqui para fazer sua inscrição