terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

“THE HELP”: Um grito de socorro pela igualdade racial

Francisco Thiago Silva[1]

Assistindo ao filme “Histórias Cruzadas” (EUA - 2011), percebei o quão ainda precisamos lutar ideologicamente para que nosso país, e por que não o mundo, se torne um espaço de verdadeiras oportunidades iguais para todos que pertençam a  raça humana, biologicamente falando. Mas sócio-historicamente subdividida em duas categorias: os que nasceram brancos, livres, senhores e os que nasceram negros, o que neste país, equivocadamente é sinônimo de escravo, subalterno, não-educado, somente empregado.
A película é baseada no Best-seller “The Help” da escritora norte-americana Kathryn Stockett. Aqui no Brasil a obra foi traduzida como “A resposta” e publicada no início de 2011 pela editora Bertrand Brasil.
O romance é ambientado nos anos 60, na cidade de Jackson no estado do Mississipi, sul dos Estados Unidos. Uma jovem e recém formada jornalista, decide escrever um livro, que retratasse a visão das empregadas domésticas afro-americanas, que cuidavam dos filhos de uma das sociedades mais racializadas e racistas dos EUA.
Ao longo do filme, histórias são vividas e contadas sob a ótica das empregadas negras, que eram veladas até de utilizar o mesmo banheiro que seus patrões. É bem verdade, que historicamente, tais atitudes eram sustentadas por “Manuais de Conduta”. Nesses livros, de lei eram expressas as punições para qualquer cidadão ou cidadã que provocasse discussão ou tentativa de igualar racialmente a sociedade estadunidense daquele período.  Outro filme que retratou a sociedade racista do Mississipi, foi “Mississipi em Chamas” (EUA -  1988), ao associar os atos racistas de extrema violência, como assassinatos, à ordem Ku Klux Klan, não é o caso me estender nessa história.
O roteiro é sensível, ao ilustrar, como uma sociedade de elite, branca e protestante, pode esconder tanto preconceito, em verdade as cenas do filme demonstram que o racismo é praticado, explicitamente.
E o que isso tem a ver com o Brasil? Muitos ainda vivem sob a explicação do “mito da democracia racial”[2], para mascarar os variados tipos de racismo, os quais a população negra ainda vivencia em seu cotidiano.Nas palavras de Regina Leite Garcia: (1995, 117) “Ser trabalhador euro-brasileiro, do sexo masculino, é diferente de ser trabalhadora afro-brasileira, do sexo feminino.”
Autoras como Eliane Cavalleiro (2000), Renísia Garcia (2011), Nilma Lino Gomes (2008), Petronília Gonçalves e Silva (1996), já explicitaram em suas pesquisas, a necessidade que a população afro-desendente, em especial as mulheres, têm em se igualar em oportunidades de acesso a instrução de qualidade, consequentemente a melhores postos de trabalho. Ações Afirmativas  do governo como as Cotas Raciais e mesmo a lei 10.639/2003[3] foram marcos na luta anti-racista,  que por tantos anos foi bradada e liderada pelos movimentos negros.
Entendo que para o combate das praticas de discriminação racial em nossa nação, a educação apareça como mecanismo essencial e basilar para a construção verdadeira de uma democracia racial, que oportunize na prática igualdade de tratamento e de oportunidades para cada cidadão brasileiro, independente da etnia. Como defendi anteriormente (SILVA, 2011) :”é necessário que se construa, como possibilidade real, uma escola que se apresente como instituição social vocacionada pela promoção de uma educação democrática, plural e anti-racista.”
Aida estamos longe disso, mas histórias como a do Mississipi, devem servir de inspiração para que tantos estudiosos, pesquisadores e principalmente, professores desenvolvam seu fazer pedagógico, voltado para o anti-racismo. Assim, cada estudante que se sinta silenciado possa ter a oportunidade de dar o seu grito de socorro, e ser ouvido, como as mulheres negras, empregadas domésticas, que fizeram do seu cotidiano, racializado e discriminatório, como combstível na luta pela igualdade racial.

*Referências Consultadas:
-  GARCIA, Regina Leite. Currículo Emancipatório e Multiculturalismo: reflexões de viagem. IN: MOREIRA, Antônio Flávio e SILVA, Tomaz Tadeu da. Territórios Contestados. Petrópolis – RJ: vozes, 1995;

- SILVA, Francisco Thiago. Currículo e Diversidade: propostas para uma educação antirracista nos anos iniciais. IN: Revista Brasileira de Educação e Cultura, n. 4, p. 34-44, julho-dezembro, São Gotardo: 2011



[1] Mestrando do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Brasília / UNB. Especialista em História Afro-brasileira pela Faculdade Phênix.
[2] Sobre a teoria da democracia racial, defendida por Gilberto Freyre em sua clássica obra: “Casa Grande e senzala” (1933).
[3] Lei que acrescentou o Artigo 26-A da LDB (9394/96), e que tornou obrigatório o ensino de história e cultura africana e afro-brasileiras em todas as escolas de educação básica do Brasil.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Pós-graduação em :HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO ETHIKOS
FACULDADE PHENIX

PORTARIA MEC Nº 89 DE JANEIRO DE 2006
INÍCIO: MARÇO/ 2012

HORÁRIO: 19H ÁS 22H (UM ENCONTRO SEMANAL)

INVESTIMENTO: matrícula R$ 100,00 + 12 X 180,00


LOCAL DE FUNCIONAMENTO DO CURSO:  - Taguatinga/DF

FICHA DE INSCRIÇÃO EM ANEXO.

 CONFIME  SUA VAGA, POIS ELAS SÃO LIMITADAS !

INFORMAÇÕES: 3964-5688/9211-8313
e-mail: diretoria@ethikoseducar.com.br
http://www.ethikoseducar.com.br/
Alguns docentes do curso:
- Dr: José de Lima Soares/Instituição que conferiu o título/UnB;
- Manoel Cardoso /Instituição que conferiu o título/UnB;
- Profª Drª: Beatriz Calazans / Instituição que conferiu o título/Universidade da Madeira -Portugal;
- Profº Mestrando Francisco Thiago SIlva / FE - UNB.

A Coordenação de Diversidade da SEEDF lança Blog.

O objetivo é: Implementar políticas públicas de educação em diversidade, opondo-se a todas as formas de exclusão educacional.
Link: http://diversidadeeducadf.blogspot.com/

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Notícias - Parceria entre Petrobras e SEPPIR garantirá ações de promoção da Igualdade Racial

Notícias
luiza_bairros_seppir_petrobrasArtistas e militantes negros se reuniram no dia 07, no Rio de Janeiro, na cerimônia que marcou a assinatura do protocolo de intenções entre a Petrobras e a SEPPIR). O Documento visa o auxílio mútuo em estratégias de combate ao racismo e promoção da igualdade. A parceria possibilitará, inclusive, que a Petrobras estabeleça mecanismos que levem em consideração aspectos étnico-raciais na seleção de projetos para patrocínio e na política de capacitação da sua mão de obra. “Este protocolo reflete o momento atual das políticas de promoção da igualdade racial no Brasil e na Petrobras.
Artistas e militantes negros se reuniram no dia 07, no Rio de Janeiro, na cerimônia que marcou a assinatura do protocolo de intenções entre a Petrobras e a SEPPIR). O Documento visa o auxílio mútuo em estratégias de combate ao racismo e promoção da igualdade. A parceria possibilitará, inclusive, que a Petrobras estabeleça mecanismos que levem em consideração aspectos étnico-raciais na seleção de projetos para patrocínio e na política de capacitação da sua mão de obra. “Este protocolo reflete o momento atual das políticas de promoção da igualdade racial no Brasil e na Petrobras. luiza_bairros_seppir_petrobras