Blog educacional com notícias e arquivos (textos, livros, artigos, músicas, vídeos) relacionados com o campo da Educação (Básica e Superior) abrigado também no campo do currículo.
O ano de 2012 foi coroado com o número excelente de acesso a este blog, de mais de 10 mil. Temos certeza de que o ano vindouro trará a concretização de muitos sonhos. Esperamos também que para os próximos meses a luta anti-racista em prol de um páis melhor avance demasiadamente.Desejo, aqui de São Paulo, um Feliz ano novo!
Muito
do que se imagina sobre as conquistas da luta antirracista nos Estados
Unidos não passa de um mito. A opinião é da norte-americana Kimberlé
Crenshaw, professora de direitos civis das universidades de Columbia e
da Califórnia em Los Angeles (Ucla). Ao lado do também norte-americano
Luke Charles Harris, professor de ciências políticas do Vassar College,
e da brasileira Jurema Werneck, presidenta da ONG Criola, a militante
participou do Seminário “Ações Afirmativas para a Promoção da Igualdade
Racial”, promovido pelo Instituto Ethos em São Paulo.
Uma
das principais lideranças da teoria crítica do racismo, que examina as
questões de poder na estrutura social dos EUA e as causas do racismo,
Kimberlé mostra que, apesar de muitos avanços nas questões raciais, é
nítido que a sociedade norte-americana não vive a era do pós-racismo.
A
distância entre os salários de negros e brancos é a primeira evidência
de que a luta por direitos iguais precisa continuar. “Os
afro-americanos ganham 65 % do salário dos brancos no país. A diferença
acontece até entre profissionais que desempenham a mesma função”, diz
ela. “Médicos e advogados brancos ganham mais do que médicos e advogados
negros.”
Essa
diferença na remuneração aumentou no período pós-crise econômica de
2008. A falta de acesso aos locais onde o dinheiro circula e onde
surgem as boas oportunidades de trabalho e de educação é um dos grandes
fatores que levam à desigualdade. “Isso impede que uma massa de pessoas
tenha acesso a determinados empregos. Não é só o salário do negro que
determina sua situação, mas suas possibilidades de atuação.”
Para
ela, um dos maiores desafios da sociedade hoje é aceitar que o racismo
persiste. “As pessoas têm dificuldade em acreditar que são racistas”,
diz. “Isso se deve muito à mídia, que insiste em dizer que tais
problemas estão relacionados a questões de diferenças salariais.”
Em
relação ao setor empresarial, os EUA têm muito a ensinar ao Brasil.
Atualmente, 72% das 500 empresas mais ricas norte-americanas têm pelo
menos uma política de inclusão racial. Entre as 60 primeiras da lista,
92% adotam iniciativas para favorecer a inclusão de negros no seu
quadro funcional. Esses avanços são resultado de políticas de governo
que nasceram durante a administração de John F. Kennedy (1961-1963).
Para incentivar a equidade dentro das empresas, o então presidente criou
uma série de incentivos para companhias que contratavam
afro-americanos, como isenção em taxas e impostos e inúmeras vantagens
nas licitações governamentais. Tais políticas foram seguidas pelo
sucessor de Kennedy, Lyndon B. Johnson (1963-1969), e pelo republicano
Richard Nixon, que levou a ideia da inclusão racial para as instituições
do mercado financeiro.
Com
essas ações do governo, foi possível aumentar em 35% o salário dos
negros e em 46% o número de trabalhadores negros em posição de chefia. O
bom desempenho financeiro das empresas que adotam políticas de
inclusão racial demonstra que a diversidade deixa a companhia mais
eficiente e preparada para competir globalmente.
Essas
informações foram apresentadas durante a mesa que discutiu o tema “A
Questão Racial no Brasil e nos EUA – uma Análise Comparada para a
Superação de Mitos”. Kimberlé Crenshaw, participante da mesa, é também
fundadora do Fórum de Política Afro-Americana, um instituto dedicado à
questão racial, justiça, gênero e direitos humanos. Nos anos 1990, morou
no Brasil por um ano e participou de vários momentos do movimento
negro no país.
Depois
de sua participação no seminário, a professora conversou com o
Instituto Ethos sobre os principais avanços do movimento no Brasil e
nos EUA. Veja a seguir os principais trechos da entrevista.
Instituto Ethos: Como a senhora enxerga os avanços do movimento negro no Brasil? Kimberlé
Crenshaw: Venho para o Brasil desde 1994 e cheguei a viver no país
durante um ano. Lembro-me de que as conversas sobre a questão racial
ainda giravam em torno de como fazer a coisa acontecer. Participei de
conferências e encontros com acadêmicos e advogados sobre o tema.
Naquela época, as dúvidas eram como começar o movimento, como levar esse
conhecimento para a sociedade e quais estratégias deveriam ser usadas
para enfrentar os problemas do racismo. Era preciso fazer com que a
sociedade enxergasse que era racista. Hoje observamos que houve avanços.
Há programas de cotas nas universidades, a sociedade entende a questão
de forma mais ampla e o movimento passou para outros países da América
Latina.
IE: Como a senhora vê a atuação das empresas brasileiras em comparação com as norte-americanas? KC:
Seria difícil falar diretamente das empresas brasileiras, mas talvez o
Brasil possa aprender com o que aconteceu nos EUA. Uma coisa é certa:
as empresas costumam responder a incentivos governamentais e a medidas
que moldam os negócios. Algumas estão mais atentas a essa conversa e
entendem que a valorização da diversidade pode beneficiar não apenas os
negros diretamente, mas toda a sociedade em geral. As pessoas falam
muito que o Brasil está na posição de líder mundial, pois é dono de
alguns dos maiores recursos naturais do planeta. No entanto, as pessoas
são os maiores recursos que um país pode ter. E o maior recurso do
Brasil é a sua população. É preciso dar oportunidade para que todas
essas pessoas possam contribuir, deixar que os negros, por exemplo,
mostrem seus talentos. É preciso fazer a mudança para uma sociedade mais
integrada e saber lidar com as divisões sociais para incluir a
população marginalizada.
IE: Como isso aconteceu nos EUA? KC:
Nos EUA, cada setor atuou à sua maneira. O setor de construção civil,
por exemplo, era muito lucrativo, mas composto por pessoas brancas,
pois durante anos funcionou em torno de um network com as mesmas
pessoas. É preciso identificar quais são os erros para depois ver onde
estão as oportunidades para mudança. O governo nos EUA teve um papel
fundamental e muito significativo quando encorajou as empresas a
abrirem a cabeça sobre a questão racial. É sempre um projeto de risco
mudar a forma de fazer negócios. Empresas têm seus compromissos com o
botton line, mas, como o governo é sempre um dos atores mais
importantes do mercado para cada setor, seus estímulos são
fundamentais. Quando o governo cria incentivos para que as empresas
tenham acesso a mercados que antes não alcançavam, a mudança vem.
IE: Que tipos de benefício foram criados? KC:
Esses incentivos começaram nos anos 1960, com o Ato Permanente de
Kennedy. Eles aparecem nos contratos. Por exemplo, empresas com
políticas de inclusão de minorias ganham vantagens nos processos de
licitação do governo. Pois é claro que, para uma empresa de porte menor,
fazer ações afirmativas pode significar custos. Mas, se isso lhe der
acesso a mercados que até então não atingia, claro que se torna
interessante para seu negócio. A partir disso, as empresas precisaram
mudar as formas de recrutar seus funcionários, de procurar as pessoas,
pois, se não faziam o que estava no contrato, levavam multas.
IE: Isso significa que os avanços partiram do governo? KC:
Sim. Existe uma crença de que apenas o movimento civil conseguiu mudar
a sociedade norte-americana. Mas isso não é verdade. A mudança nos EUA
acontece num momento de confluência entre sociedade, administração,
Congresso e Corte. Teve um momento, em que todos tiveram essa percepção.
Éramos uma sociedade democrática, mas, de fato, não estávamos
parecendo com isso. Era preciso olhar essas diferenças. Mas cada
instituição deve fazer seu papel para haver integração. Hoje temos um
presidente negro, Barack Obama, e certamente as coisas podem ficar mais
fáceis, mas ainda não estamos onde deveríamos estar.
IE: A senhora fala muito em diversidade e competição global. De que forma esses conceitos estão relacionados? KC:
Acredito que uma força de trabalho homogênea não seja rentável para
uma empresa. Ninguém vai conseguir atingir o mercado e clientes com uma
estratégia monocromática. As empresas precisam ter diferentes
perspectivas e formas de pensar em novos negócios. Uma empresa paroquial
não consegue entrar num mercado global que é completamente diverso
hoje. E as empresas perceberam que há vantagem competitiva em incorporar
uma visão multicultural que reflita nos produtos e na imagem.
IE:A senhora acredita que as conquistas raciais nos EUA estão estagnadas? KC:
Esse movimento não é linear, não vai sempre para a frente. Em algumas
áreas, depois da queda da economia, muitos negros voltaram à situação
de 1984. Vinte anos de progresso e uma queda na economia fez com que o
movimento sofresse um retrocesso. Precisamos ter a habilidade constante
de ajustar nossas ferramentas de acordo com os acontecimentos
históricos. Em termos de justiça, saúde e educação, fizemos grandes
progressos desde 1954. Mas nem sempre as coisas funcionam o tempo todo.
Também é natural que, às vezes, o terceiro setor puxe as mudanças e
outras vezes o governo lidere. Temos de aceitar essas nuances. Todo
movimento tem suas fases de avanço e retrocesso. É preciso estar
vigilante em relação às nossas ferramentas, ao nosso discurso e às
circunstâncias sociais. Muita coisa avançou. Hoje temos um presidente
negro, o que está diretamente relacionado ao fato de o movimento negro
ter maior força política no país e poder usar os processos políticos com
maior representação.
Fonte: Instituto Ethos Por: Giselle Paulino Na foto (da esq. para a dir.): Jurema Werneck, Luke Charles Harris e Kimberlé Crenshaw. Crédito: Clovis Fabiano
Nome do grupo: GEPPHERG - Grupo de Estudo e Pesquisa em Políticas Públicas, História, Educação das Relações Raciais e de Gênero.
Status do grupo: certificado pela instituição
Ano de formação: 2012
Data da última atualização: 16/11/2012 18:20
Líder(es) do grupo:
Renisia Cristina Garcia Filice -
Área predominante: Ciências Humanas;
Educação
Instituição: Universidade de Brasília - UNB
Órgão:
Unidade: Departamento de Métodos e Técnicas
Endereço
Logradouro: campus Darcy Ribeiro
Bairro: Asa Norte
CEP: 70910000
Cidade: Brasilia
UF: DF
Telefone:
Fax:
Home page:
Repercussões dos trabalhos do grupo
Com vistas a
refletir sobre a relação políticas públicas, gestão educacional e os
mecanismos de exclusão históricos no país, em especial raça, classe e
gênero, em suas diferentes interfaces, constituímos um grupo de
estudiosos de diferentes áreas empenhados com a produção de altos
estudos e pesquisas que auxiliem na reconfiguração de políticas
públicas, da gestão educacional e das relações cotidianas em ambientes
diversificados de aprendizagem, formais e não formais.
O aprofundamento de estudos e pesquisas no âmbito da interseccionalidade
entre raça, classe e gênero no campo das políticas públicas, pode
contribuir também para repensar o papel das instituições de ensino, em
especial da área de História, Ensino de História e História da Educação,
posto que, nossos estudos sobre políticas públicas e gestão, consideram
a História do Brasil e da Educação, numa perspectiva,
preferencialmente, histórico-crítica e cultural.
Intenta-se também, a partir de contatos e parcerias, ampliar os
registros de práticas históricas de movimentos sociais de negros,
negras, mulheres, indígenas, para auxiliar na revisão historiográfica
brasileira com vistas à promoção de uma educação antirracista e
antissexista voltada para a defesa da cidadania e a consolidação dos
direitos humanos.
Neste contexto, o Gepperhg objetiva evidenciar na implementação e
avaliação de políticas públicas, as implicações da tríade - raça, classe
e gênero - para minimizar a desigualdade social no país. De outra
parte, trabalha com afinco para evidenciar a relação entre História,
políticas públicas e o Fazer em sala de aula, em especial, no Ensino de
História.
(CLIQUE NO LINK ACIMA PARA LER O TEXTO NA ÍNTEGRA) Currículo e Diversidade Etnicorracial nos Anos Iniciais da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal
FRANCISCO THIAGO SILVA/UNB Resumo: O estudo apresenta uma análise documental a respeito das relações etnicorraciais na educação, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, tendo como referência as atuais Orientações Curriculares das escolas públicas do Distrito Federal. O texto traz um panorama sobre o cenário político e educacional do Distrito Federal entre os anos de 2007 e 2010. Nesse período o currículo foi reformulado, sendo a referência atual da rede. O assunto será abordado sob a ótica reflexiva de autores como: Sacristán (1995:2000), Gomes (2008), Cavalleiro (2000), Munanga (2008), Santomé (1998), Borges (2010) e outros. É importante perceber como o currículo tem influenciado ou não práticas pedagógicas que visem o respeito e o combate às discriminações e os preconceitos dirigidos principalmente aos/as estudantes negros/as, numa perspectiva antirracista. Palavras-Chave: Currículo, Diversidade Etnicorracial, Anti-racismo.
O secretário de Educação Denilson Costa apresentou ao Sinpro nesta
segunda-feira, 3, os projetos de implantação dos ciclos no ensino
fundamental séries iniciais e finais e da semestralidade no ensino
médio. Ele afirmou que as duas propostas serão implantadas em 2013.
Estavam presentes os diretores Berenice Darc, Cláudio Antunes, Fernando
dos Reis e Júlio Barros.
Os diretores do Sinpro questionaram a ausência de debate com a
categoria a respeito do assunto, lembrando que uma proposta dessa
magnitude deveria ser debatida democraticamente com a comunidade escolar
antes de sua implantação. O secretário afirmou que as discussões do
currículo em 2011 foram suficientes para a tomada de decisão da
implantação das duas propostas. Afirmou ainda que realizarão seminários
nas regionais e um seminário no Centro de Convenções até o dia 18 de
dezembro para discutir o assunto.
Entre as mudanças anunciadas para as séries iniciais: o BIA (Bloco
Inicial de Alfabetização) passa a ser do 1º ao 5º ano e a reprovação só
ocorrerá no 5º ano. Segundo ele os/as professores/as passarão por uma
formação e o material pedagógico e técnico será compatível com a nova
proposta. A implantação será obrigatória para todas as escolas classes
em 2013.
Para as séries finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) a adesão
ao ciclo será optativa, ou seja, cada escola se responsabilizará por
escolher a forma de seriação. A reprovação só ocorrerá ao final do 9º
ano. Só poderão participar as escolas que possuírem os quatros anos num
mesmo turno (poucas escolas atendem a esse requisito).
No caso do ensino médio, a semestralidade será obrigatória em todas
as escolas no turno noturno. Para os turnos diurnos as escolas devem ter
número de turmas par e os três anos do ensino médio no mesmo turno. Das
87 escolas de ensino médio existentes no DF, 24 não terão a implantação
por não atenderem às características exigidas.
AVALIAÇÃO
Embora a implantação dos ciclos e da semestralidade seja defendida
pelo movimento do magistério nacional, o Sinpro entende que o GDF está
errando na forma, já que não houve qualquer diálogo específico sobre
isso com a categoria. São alterações muito profundas e que não podem ser
feitas de forma açodada, sem transparência no debate. A formação dos
professores também nos preocupa: como se fará essa formação se o projeto
já estará sendo implantado?
O Sinpro está analisando as experiências realizadas em outros estados
com a mudança na forma de avaliação e seriação a fim de analisar os
resultados apresentados pela educação pública nessas unidades da
federação.
No final da reunião os diretores do Sinpro questionaram a ausência
de discussão das propostas e ao mesmo tempo e cobraram a negociação a
respeito da nossa campanha salarial.
INSCRIÇÕES - Processo Seletivo - Curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça
A
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, por meio de sua Faculdade de Educação , torna
pública a inscrição para o Processo Seletivo de Alunos para o curso de
Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça, para o
primeiro semestre do ano letivo de 2013.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF) publicou no
Diário Oficial desta quinta-feira, dia 29, o edital do processo seletivo
para contratação de professores/as temporários/as para 2013. Os
selecionados ocuparão carências temporárias ou de afastamentos legais de
professores/as efetivos/as, segundo o item 1.3 do edital.
Os/as candidatos/as deverão apresentar formação de nível superior
para concorrerem à vaga específica. Já para atuar na disciplina
Atividades, o/a candidato/a deverá apresentar o curso de Pedagogia ou o
curso Normal, conforme previsto no edital (ensino médio/item 4.2.2).
Professores/as aposentados/as também podem participar do processo
seletivo desde que sua aposentadoria não tenha sido por invalidez.
Todos/as devem ficar atentos/as aos códigos das disciplinas que
concorrerão, pois só será possível fazer uma inscrição.
Neste processo seletivo, os/as professores/as, além das escolas da
rede pública, podem escolher as instituições conveniadas (Ampare, Atada,
Apae, Apaed, Ceal e Sociedade Pestalozzi) como área de atuação.
As inscrições serão no período de 9 a 23 de dezembro deste ano e devem ser feitas pela Internet, no site www.iades.com.br. A taxa de inscrição é de R$ 32,00 e a prova está prevista para o dia 13 de janeiro de 2013.
O Sinpro-DF lamenta que a Secretaria de Educação tenha demorado para
elaborar o processo seletivo, uma vez que, os/as professores/as que
participarão desse processo terão de fazer prova no mês de janeiro.
Outro ponto que o Sindicato discorda é o da insistência da SEDF em
pagar os/as professores/as em regime de contrato temporário por
hora-aula, conforme estipulado no item 5.1 do edital. O Sinpro-DF
continuará exigindo da Secretaria de Educação que remunere os/as
professores/as temporários/as da mesma forma que os/as efetivos/as.
O Sindicato é contrário a qualquer tipo de precarização do trabalho
destes professores. Importante lembrar que algumas escolas ficaram sem
professor/a, o ano inteiro, porque esta forma de remuneração tem levado
diversos temporários a desistir de carências, cuja carga horária é
pequena. Clique aqui para ver o edital normativo.
Disponibilizamos aqui as normas para a seleção! Fique atento!
saiba mais...
A UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, por meio de sua Faculdade de Educação em
parceria com o SECADI / Ministério da Educação (MEC), tornam público o
Processo Seletivo de Alunos para o curso de Especialização em Gestão de
Políticas Públicas em Gênero e Raça, para o primeiro semestre do ano
letivo de 2013, na Faculdade de Educação da Universidade de Brasília.
Lei completa 10 anos em janeiro, mas professores
ainda não são formados para trabalhar com tema que deveria fazer parte
da rotina escolar desde 2003
Priscilla Borges- iG Brasília |
Para cumprir a lei 10.639, de janeiro de 2003, que torna
obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas
brasileiras, os professores reclamam que falta formação. E, sem
conhecimento, não se sentem preparados para discutir o tema com os
alunos, seja do ensino fundamental ou do ensino médio, onde a lei
determina que o assunto seja abordado. Alan Sampaio / iG Brasília
No Centro de Ensino Médio 1 do Gama, professores de
História produzem materiais e seminários para disseminar conhecimento
entre os colegas
De acordo com as diretrizes curriculares para a educação
étnico-racial, elaboradas pelo Conselho Nacional de Educação após a
aprovação da lei, as universidades já deveriam incluir em diferentes
disciplinas, para todos os cursos de graduação, conteúdos ligados à
educação das relações étnico-raciais. No caso dos cursos que formam
professores – pedagogia e licenciaturas – especialmente. Parados: Só 11% da verba de projetos educacionais para igualdade racial foi usada
A realidade, porém, é bastante diversa nas universidades.
Elas não cumprem ainda, integralmente, as diretrizes definidas pelo
CNE. O técnico em gestão educacional Antonio Gomes da Costa Neto fez um
levantamento em todas as universidades federais para verificar se havia
professores contratados para trabalhar o tema nos cursos de graduação e
se a disciplina era oferecida.
A conclusão de Antonio é que a lei só é cumprida
parcialmente. “Quando existe a disciplina, na maioria das instituições,
ela tem caráter facultativo. Quando é obrigatória, é só para os cursos
de pedagogia”, afirma. Com os resultados do levantamento, ele e o
Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) protocolaram
representação junto ao Ministério da Educação e o Ministério Público
Federal para pedir “providências”. Para negros: STF julga constitucionais as cotas raciais em universidades
Além de pedir a obrigatoriedade da disciplina nos cursos
de graduação – sob pena de suspensão de abertura de novos cursos nas
universidades que descumprirem a determinação da lei –, a representação
protocolada por Gomes e seu colegas autores do documento exige a
inclusão do tema como critério para a avaliação dos cursos feita pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes). Confira a íntegra da representação feita pelo Iara ao MEC Autonomia
O Ministério da Educação acredita que as universidades
têm papel fundamental para a aplicação da lei. Em nota enviada ao
iG
, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e
Inclusão (Secadi) do MEC disse que as universidades precisam “cumprir
seu papel e efetivar as ações indicadas no Plano Nacional de
Implementação Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-brasileira e Africana”. Sete anos de cotas: UnB já formou mais de 1 mil universitários pelas cotas
Antonio Gomes acredita que as instituições usam a
autonomia administrativa para não cumprir a lei. “O MEC pode e deve
interferir”, diz. “As universidades publicam estudos, criticando os
sistemas de ensino por não cumprirem a lei, mas elas também não o fazem.
A omissão tem sido pior”, critica.
De acordo com o levantamento de Gomes, a Universidade
Federal de Ouro Preto é a instituição que parece melhor abordar o tema
em seus cursos de graduação. Várias disciplinas dos departamentos de
História, Educação e Letras já trabalham o tema. As disciplinas de que
tratam o assunto são obrigatórias para os cursos de Ciências Biológicas,
Filosofia e História. Nos demais cursos de licenciatura, são optativas.
Já a disciplina mais específica “Educação das Relações Étnico-Raciais”
faz parte de uma matriz comum dos cursos que formam professores.
Algumas universidades, como as federais do Acre e do
Amazonas, por exemplo, não oferecem a disciplina a nenhum curso, segundo
Gomes.
Car@s amig@s, foi um momento ímpar que vivenciei dia 20/11 (dia nacional da consciência negra). A banca composta pelos professores doutores: Lívia (minha orientadora) e os membros: Renísia Garcia, Anderso Oliva e Cátioa Piccolo - todos da UnB foram muito felizes em suas orientações e aprovaram meu trabalho para ser defendido ano que vem nesta mesma data. Seguem algumas imagens:
Informamos a Lista
de Classificação do Processo de Seleção de tutor/a para o curso de
Especialização em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça. Os 8
(oito) primeiros selecionados, em conformidade com a lista de
Classificação a seguir, estão convocados(as) para participação de curso
de formação, presencial, nos dias 28, 29 e 30 de novembro na Faculdade
de Educação. Conforme o Edital, entre os convocados para a formação,
apenas 06(seis) atuarão de imediato.
prova de título da SEDF e Progressão salarial PROFESSOR:
Orlando
Marçal (Mestre em Psicanálise Clínica,Professor de Psicologia,
Psicanalista Clínico, Psicopedagogo , Especializando em Psicologia
Jurídica ) MODALIDADE DO CURSO:
semipresencial LOCAL:
Avenida Central, Bloco 372 -Núcleo Bandeirante/DF
INFORMAÇÕES:
3964-5688
OBS: curso reconhecido pela Secretaria de Educação do DF.
Mineiro Sérgio Reis Ferreira, que superou uma longa lista de
adversidades até alcançar a graduação, entregou a monografia nas mãos do
reitor José Geraldo de Sousa Junior
Sérgio entrega a monografia nas mãos do reitor José Geraldo de Sousa Junior
Os
olhos de Sérgio Reis Ferreira têm um brilho intenso; o sorriso é de
inesperada candura; as mãos evidenciam sofrimentos passados e um
discreto nervosismo. A tentação de enxergá-lo como herói é grande – mas
qualquer tentativa de apreender Sérgio na superfície é imediatamente
frustrada: é preciso muito tempo e generosidade para reler o longo e
árduo caminho que este idiossincrático ex-morador de rua percorreu até
aqui, ao gabinete do magnífico reitor da Universidade de Brasília nesse
mês de novembro de 2012. Foi no primeiro dia de novembro, então, que -
com um sorriso tímido - o mineiro Sérgio enfim pôde entregar nas mãos de
José Geraldo de Sousa Junior a monografia que atesta a conclusão do
curso de Pedagogia iniciado por ele na UnB há seis anos, em 2006.
Incomum – e contundente por sua própria natureza –, o ato de entrega da monografia As dificuldades dos moradores de rua do Distrito Federal de se inserirem por meio da educação formal representou
ao mesmo tempo o triunfo de Sérgio e o da Universidade em si, já que o
ineditismo do caso obrigou a instituição a se desdobrar para manter o
estudante aqui após a surpreendente aprovação no primeiro vestibular de
2006. “A universidade que não lida com isto – que não acompanha esse
aluno proveniente de situação adversa em todas as circunstâncias, até
que complete o seu ciclo – é que fracassa, e não ele”, disse José
Geraldo, em referência à constante ameaça de descontinuidade que pairava
sobre Sérgio durante os anos na UnB.
De fato, para
que o aluno fosse aprovado, fez-se um pacto. O acordo – por meio do qual
se definiu a responsabilidade de cada um – envolveu os diversos atores
cruciais ao processo: o próprio Sérgio, evidentemente; o professor e
orientador Cristiano Alberto Muniz; a assistente social da UnB Lindalva
Leonel; e a decana de Assuntos Comunitários (DAC) Carolina Cássia, por
meio da Diretoria de Desenvolvimento Social (DDS), capiteaneada pela
diretora Maria Terezinha da Silva; entre muitos outros na gestão de José
Geraldo e nas gestões anteriores, de Roberto Aguiar e Timothy
Mulholland.
Institucionalmente, a Universidade
colaborou para a permanência de Sérgio com apoio sob a forma de
alimentação, transporte, assistência social, orientação pedagógica etc.
“A Universidade cumpriu com o seu dever com relação a um aluno em
situação de extrema vulnerabiliade – e talvez o nosso aluno mais
vulnerável tenha sido de fato o Sérgio”, atesta a decana Carolina
Cássia. Ela ressaltou a importância do trabalho da DDS, mas admitiu que,
para lidar com um caso como este, professores e técnicos ainda têm
muito a aprender. A experiência com Sérgio foi uma grande aula. Para a
decana, o ex-morador de rua é uma figura emblemática: “O Sérgio vive a
UnB”.
“De minha parte, tenho muito a agradecer a
toda a equipe; à Universidade como um todo; e a todos os que puderam
viabilizar este momento”, disse Sérgio durante o encontro com o reitor.
“A educação não é só uma preparação para o trabalho, mas especialmente
para a vida. É este o papel da Universidade – e isso ela cumpriu.”
ULTRAPASSAGEM –
“Não estamos aqui em torno do personagem Sérgio – mas sim do sujeito
que, sobretudo, saiu da condição de vítima e trouxe sua vida até aqui,
realizando uma ultrapassagem”, disse o reitor José Geraldo, para quem
Sérgio é “alguém que, mesmo numa situação adversa, confiou”: “Se
chegamos até aqui, é porque ele quis assim”.
O
reitor revelou que vem acompanhando atentamente a trajetória do aluno, e
que sabe das dificuldades que o percurso representou não só do ponto de
vista econômico, mas também nos aspectos subjetivo, social e
intelectual. “Ainda assim, Sérgio nunca tentou me atingir pelo
sentimentalismo”, disse o reitor. “A rua não é mais o seu lugar!”, disse
a Sérgio, que agradeceu: “Obrigado mais uma vez por me fazerem
crescer”.
O ORIENTADOR – Diante do
enorme desafio de levar seu orientando a concluir o curso de Pedagogia, o
orientador de Sérgio, professor Cristiano Alberto Muniz, foi muito além
do que normalmente se espera de um docente nesta função acadêmica. A
gratidão estava evidente no olhar de afeto que Sérgio lançava ao seu
antigo professor durante o encontro no gabinete do reitor.
Emília Silberstein/UnB Agência
Com o professor Cristiano Muniz: muito mais que um orientador
“Todos
os alunos que já passaram pela Universidade ajudaram a construí-la –
mas no caso de Sérgio isso é ainda mais especial”, disse professor
Cristiano, acrescentando, no entanto – como a decana Carolina Cássia –,
que o caso “revela o quanto ainda estamos despreparados para esta
abertura”. Para orientar Sérgio foi preciso crescer como professor e
como pessoa. “Esta revolta que às vezes aparece em Sérgio é explicável:
ela resulta de uma dimensão subjetiva que só ele pode entender”, disse,
revelando compreensão, afeto e muito respeito pelo ex-orientando.
O
momento de desligamento da Universidade guarda certa tensão para todos
os envolvidos na reinserção social de Sérgio: ao sair da Universidade, o
rompimento do vínculo com a academia guarda uma ameaça velada, mas
evidente. “Ainda não cortamos os laços umbilicais”, revela a diretora do
DDS, Maria Terezinha da Silva. “Se eu deixar de acreditar que um ser
humano pode ser reinserido, tenho de abandonar minha profissão – e eu
acredito, ainda que Sérgio tenha tido altos e baixos, mas nós não
desistimos, e continuamos a não desistir.”
Nesse
sentido, o grupo está apoiando Sérgio na tentativa de resgatar o contato
com uma antiga dona de creche que o acolheu na infância, no Rio de
Janeiro. Agora, um dos sonhos profissionais do formando em Pedagogia é
reabrir a creche em novos moldes. “A Universidade não oferece apenas o
conhecimento de sala de aula, e Sérgio está mais preparado para a vida,
agora”, disse Terezinha.
Todos os presentes
expressaram a confiança em Sérgio neste momento crucial de sua
trajetória. Para encerrar a pequena cerimônia afetiva, a assistente
social Lindalva Leonel – com seu comprometimento, uma das grandes
responsáveis pela permanência de Sérgio na Universidade – preparou uma
apresentação sobre o aluno, ao som de uma versão de Bittersweet
Symphony, da banda britânica The Verve.
A MONOGRAFIA – A monografia As dificuldades dos moradores de rua do Distrito Federal de se inserirem por meio da educação formal pulsa
com a narrativa simples – movida por sua evidente inteligência e por
uma candente sinceridade ao narrar sua trajetória. O trabalho mereceu a
menção máxima, mas que não se avalie haver aí qualquer ranço
paternalista. “A Universidade não passou a mão na cabeça do Sérgio, ele
fez valer este título. Este trabalho é o Sérgio: as fraquezas são fruto
de sua história educacional, mas as conquistas são dele”, frisou
professor Cristiano Muniz. Como não poderia deixar de ser, a defesa da
monografia foi um momento de grande emoção: Sérgio discursou durante 45
minutos e “quase todo mundo chorou”, segundo os presentes.
Dedicada
“a todos os moradores de rua do DF e a todos os que me ajudaram direta e
indiretamente”, a monografia resgata o caso de Sérgio e de outros dois
amigos em situação de igual vulnerabilidade social – um que conseguiu a
inclusão e não mora mais na rua; e outro que, a despeito da grande
capacidade crítica e conhecimento, não consegue entrar na universidade e
ainda mora ao lado do restaurante Piantella, na Asa Sul. Na monografia,
Sérgio faz também uma contundente crítica à Universidade.
“Acredito
que a universidade idealiza o estudante perfeito e se esquece da
complexidade da existência humana, pois quando vem mendigo morador de
rua para dentro da universidade, vem também com estes as doenças, os
vícios, a falta de disciplina e, naturalmente, a dificuldade de se
adequar à rigidez acadêmica. Sendo assim, é a academia que, em um
primeiro momento, tem que se adequar para receber estes estudantes até
que se adaptem à academia. Falo isto por experiência própria, pois tive
muito dificuldade para me adequar aos horários, às regras acadêmicas
escritas e não escritas, a exigência de produção e, principalmente, para
me adequar à cultura acadêmica, ou seja, a maneira de se falar e de se
comportar em grupo”, diz Sérgio em sua monografia.
O
formando comentou com o reitor sobre o árduo esforço por ajustar-se e
aprender a se limitar pelos parâmetros comportamentais que regem a vida
na UnB: “Eu não tinha condições de estar dentro dessa sociedade; tive de
aprender a falar, a esperar, a me vestir, a me adequar à Universidade”,
disse. O professor Cristiano concordou: “De fato, a liberdade inerente
às ruas é um grande obstáculo ao enquadramento destes alunos na
academia”.
A SAGA - As dificuldades
que sempre permearam a vida de Sérgio Reis Ferreira são mais
aterradoras do que se poderia imaginar – e vão dos maus tratos e do
abandono experimentados na primeira infância em Ipatinga, Minas Gerais, à
vida errante de adolescente nos corredores da execrável Fundação
Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) e nas sujas ruas do Rio de
Janeiro, passando pelos anos de sobrevivência na Rodoviária do Plano
Piloto, em Brasília.
“Qual a perspectiva de quem
mora na rua? De quem dorme ao relento, come as sobras dos restaurantes e
consegue um trocado aqui e ali com esmola ou prestação de serviços?
Como mudar a vida dessas pessoas? Sérgio Reis Ferreira, 29 anos,
ex-morador de rua, descobriu um jeito de transformar seu destino.
Resolveu estudar”, escreveu o recém-formado pedagogo em sua monografia.
Em Brasília, acreditava que iria “encontrar com o presidente da
República numa padaria e que ele resolveria os meus problemas”.
“Senti
tudo na pele: frio; não fome, mas vontade de comer; e o fato de estar
privado do mínimo necessário à vida em sociedade”, disse Sérgio,
lembrando que, muitas vezes, guardava os livros sob um bueiro. “Eu me
envergonhava de dizer aos colegas que meu material havia sido roído por
ratos e baratas”, disse, reclamando que, “no Brasil, não há políticas
públicas direcionadas a esta população de rua – não há bebedouros nem
banheiros e as pessoas são obrigadas a buscar locais em que há água
gratuitamente disponível”.
Mas o árduo caminho até a
sala de aula não era feito apenas de percalços físicos – de longas
caminhadas a pé, de banhos no Parque da Cidade e de roupas lavadas no
Lago Paranoá: a “inclusão excludente” de Sérgio na Universidade o fazia
sofrer intensamente, levando-o muitas vezes a abandonar o abrigo da
instituição para sentir-se paradoxalmente acolhido pelas ruas. “Às vezes
a discriminação doía, e eu chorava por saber que eu era o invasor”,
revelou Sérgio.
Há quase três meses, uma fatalidade –
em meio ao mar de outras adversidades – ameaçou impedir a formatura de
Sérgio de forma radical: no dia 28 de agosto de 2012, ao tentar roubar
do pedagogo uma quentinha, outro morador de rua o esfaqueou. A morte
chegou perto, mas, como sempre, Sérgio sobreviveu. “Quanto à agressão
física que quase me levou a óbito, eu somente aprendi uma dura lição:
quando seres humanos ‘invisibilizados’ e silenciados pela sociedade -
como os moradores de rua - lutam desesperadamente, eles utilizam até os
meios mais vis e sorrateiros, no caso, a violência.”
No
encontro com o reitor, Sérgio resumiu a surpreendente e notável
trajetória com uma frase: “Eu não tinha mais nada em que me agarrar – só
tinha a Universidade – e então me agarrei a ela com unhas e dentes”.
Fonte:
Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.
Ao se analisar o currículo,
termo que para Lopes e Macedo (2011) aparece pela primeira vez em 1863, mas que
somente a partir de 1900 com o início da industrialização americana e em 1920
com o movimento da Escola Nova no Brasil começam os estudos teóricos do campo curricular.
Para
melhor conceituá-lo Silva (2011) acredita que seja possível fazer a análise a
partir de três perspectivas, ou seja, a forma de se compreender o significado
de currículo indica uma concepção teórica de educação que se tem: tradicional, crítica e pós-estruturalista ou pós-crítica.
Na perspectiva tradicional a
ênfase está nos professores, que ensinam e os alunos aprendem, existe uma
avaliação classificatória onde os objetivos, métodos e procedimentos são
desenvolvidos pensados somente na obtenção de resultados, em ter uma
"produção mais eficiente”.
Na teoria crítica, sustentada
por autores marxistas, da Escola de Frankfurt e da Nova Sociologia da Educação,
desloca-se a ênfase de conceitos pedagógicos de ensino e aprendizagem para
conceitos como ideologia, reprodução cultural e social, poder, classe,
capitalismo, relações sociais de produção, emancipação e libertação, aparece o
currículo oculto como ações que acontecem na escola que não estão escritas, mas
fazem parte do cotidiano como se fosse uma verdade prescrita
Para os pós-críticos ou
pós-estruturalistas o currículo estará vinculado à questão de identidade, olhar
o outro como parte que constitui o sujeito, alteridade, as questões das
diferenças e subjetividade, cultura, as narrativas de gênero, raça, etnia,
sexualidade, o multiculturalismo.
Dentro dessa perspectiva
epistemológica, o conceito de Currículo Prescrito, precisa ser elucidado, na
perspectiva de Sacristán (2000, p. 147): "[...] tem impacto importante
para estabelecer e definir as grandes opções pedagógicas regula o campo de ação
e tem como consequência o plano de um esquema de socialização profissional
através da criação de mecanismos de alcance prolongado."
Neste texto não se pretende
colocar uma posição contrária ao Currículo Prescrito, antes, entendemos que
cabe ao Estado definir os conteúdos mínimos e válidos para seu sistema de
ensino. Sem, no entanto, invizibilizar a atuação do professor. Tal atitude pode
desencadear um desestímulo do profissional, que não percebe sua identidade na
proposta curricular, e consequentemente a mesma não diz respeito à sua prática
e ao desenvolvimento de seu trabalho.
É necessário, que se levante um
questionamento central: o documento curricular é prescrito por quem? É
importante haver prescrição e regulação com a participação do professor em toda
a construção curricular, caso contrário a escolarização poderá deixar lacunas
no processo de desenvolvimento da aquisição dos conteúdos mínimos que
dificilmente serão sanadas quando o aluno não tem acesso aos bens culturais e
conhecimentos construídos socialmente.
Sacristán (2000) defende que a
competência profissional de desenvolver o currículo é uma das atribuições do professor
e que “[...] o caráter inoperante das prescrições curriculares na definição da
prática e a debilidade profissional dos professores farão com que essa
distribuição seja desigual e favorável aos meios tradutores do currículo [...]
a desprofissionalização dos docentes é inevitável." (ibidem, p. 154)
________________________________
[1]Texto adaptado do artigo:
“Currículo prescrito e trabalho docente: desprofissionalização dos professores
na educação do Distrito Federal.” (SILVA, Francisco Thiago; SILVA, Leda Regina
Bittencourt, UnB). Apresentado no X Colóquio Luso-Brasileiro sobre Questões
Curriculares e VI Colóquio Luso-Brasileiro de Currículo UFMG – Belo Horizonte,
Brasil. Setembro de 2012
A Sociedade Brasileira de
Educação Matemática – Regional DF (SBEM-DF) convida todos os
professores, estudantes, pesquisadores e interessados na área de
educação matemática para o II Seminário Brasiliense de História e Educação Matemática Nilza Eigenheer Bertoni. O
evento será realizado nesta sexta-feira (09) e sábado (10), no
auditório da EAPE (907 Sul), e as inscrições podem ser feitas pelo site www.sbemdf.com.
O objetivo do Seminário é socializar estudos e discussões de temas
afins, bem como promover trocas de experiências e intercâmbio de
atividades relacionadas à pesquisa e à formação continuada de
professores. Este ano o encontro trará como temática “Conversas sobre
escola, ensino e aprendizagem em Matemática”, que se desdobra em debates
em torno das relações professor/estudante na aprendizagem matemática;
das condições de trabalho pedagógico e a escola como espaço de formação
continuada; da avaliação e o ensino da matemática no DF; de como o livro
didático de matemática vem sendo escolhido e utilizado no ensino de
matemática no DF entre outros recursos.
A Sociedade Brasileira convidou professores das redes pública e
particular que trabalham na educação básica ou com formação de
professores para serem os provocadores dos debates em torno dos assuntos
listados, com o intuito de contribuir com a continuidade das discussões
na comunidade de educadores matemáticos do DF e comunidades escolares.
Participem!
O ensino fundamental da rede pública de
ensino do Distrito Federal pode passar por mudanças significativas no
próximo ano letivo. A atual divisão por séries poderá ser substituída
por ciclos educacionais, de dois a quatro anos. A ideia é dar fim à
reprovação dos estudantes dentro de cada ciclo para garantir a
permanência deles na escola. A Secretaria de Educação estuda a
possibilidade, mas não a assume oficialmente. Mesmo assim, o assunto
provoca questionamentos entre professores e pais de alunos, por meio das
entidades representativas de cada classe, pela falta de debate com a
sociedade.
Grupos de trabalho da secretaria se
reuniram, desde o último dia 28, na Escola de Aperfeiçoamento dos
Profissionais da Educação (Eape) para debater o currículo escolar. O
último encontro ocorreu na manhã de ontem. Um dos professores que esteve
presente afirma que, no primeiro dia, os participantes receberam a
informação, pela assessoria do secretário de Educação, Denilson Bento da
Costa, de que a mudança começaria a valer em 2013. “Levantamos dúvidas
em relação à medida, mas nada foi esclarecido. Disseram-nos apenas que
os detalhes estão sendo avaliados e que a mudança atinge todas as séries
do ensino fundamental”, afirmou o participante da reunião, que não quis
ser identificado. De acordo com ele, o descontentamento entre os
docentes foi tanto que o debate ficou esvaziado depois da notícia.
Modelo importado
O sistema de progressão continuada e a extinção da avaliação no fim de
cada ano letivo não serão uma experiência única do DF. Nas redes
públicas municipal e estadual de São Paulo, o modelo é aplicado de forma
obrigatória. Com isso, não há reprovação durante um período. No
entanto, o conteúdo permanece baseado no ano letivo, assim como os
livros didáticos, a organização dos professores e do currículo como um
todo.
Nos dias 12 e 13 de novembro 2012 no auditório da Reitoria da UnB
haverá o simpósio "Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos
Humanos na UnB". Inscrições no local do evento.