segunda-feira, 5 de agosto de 2013

SERNEGRA 2013 II Semana de Reflexões sobre Negritude, Gênero e Raça

Abertas inscrições para apresentação de trabalho


 
Estão abertas as inscrições para propostas de apresentação de trabalho na modalidade comunicação oral nas 12 Seções Temáticas que irão compor o Simpósio SERNEGRA, que ocorrerá nos dias 18, 19 e 20 de novembro de 2013, no Campus Brasília do IFB.
O Simpósio SERNEGRA faz parte da Semana de Reflexões sobre Negritude, Gênero e Raça do IFB que, em sua segunda edição, contará com uma programação bastante diversa, com palestras, mesas-redondas, exposições, cine-debate, eventos de confraternização, cursos e oficinas. 
DA INSCRIÇÃO
As inscrições de propostas de comunicação estarão abertas de 05 de agosto a 06 de setembro de 2013 e deverão ser feitas online.
1) Modalidade dos trabalhos: comunicação oral
2) Período de apresentação de propostas: 05 de agosto à 06 de setembro
3) Resultado da avaliação das propostas de comunicação: 20 de setembro
4) Para apresentar uma proposta de comunicação é necessário o preenchimento do formulário online.
5) No formulário o proponente deverá preencher os seguintes dados:
      a) Nome completo
      b) Instituição a que se vincula (se for o caso)
      c) Titulação
      d) Link do currículo Lattes (se for o caso)
      e) E-mail
      f) Resumo do trabalho a ser apresentado (mínimo de 100 e máximo de 200 palavras)
      g) Seção Temática a que se endereça a proposta de comunicação (1ª opção)
      h) Seção Temática a que se endereça a proposta de comunicação (2ª opção)
6) Cada proponente poderá apresentar apenas uma proposta de comunicação
7) Cada proposta de comunicação poderá ter até dois autores
DAS COMUNICAÇÕES
1) Uma comunicação é composta por apresentação oral e debate
2) Todas as STs contarão com data show e computador com libreoffice. O uso de qualquer outro programa dependerá de solicitação prévia, que poderá não ter como ser atendida
3) Para cada comunicação serão reservados 20min para a apresentação

4) Para cada comunicação serão reservados 10min para debate


Contato: sernegra@ifb.edu.br
 

Seções Temáticas do Simpósio


ST 01 - Feminismo negro na encruzilhada afrobrasileira: intersecionalidade, diálogos e horizontes
Coordenação: Jaqueline Gomes de Jesus
Feminismo Negro designa um movimento político e intelectual no qual são repensadas as experiências e condições de vida de pessoas negras, a partir de uma perspectiva feminista. O feminismo negro identificou quando de seu surgimento, nos anos 70 do século XX, que ao não levar em conta a interseção entre raça e gênero, o feminismo tradicional não considerava as particularidades das mulheres negras, ou sequer as reconhecia como mulheres. O feminismo negro reavaliou as políticas feministas de um ponto de vista afrocentrado, defendendo dois pontos fundamentais para a crítica ao feminismo tradicional, mas também para o desenvolvimento de outros feminismos, ditos intersecionais: (1) a natureza simultaneamente operacional e interligada das opressões; e (2) a experiência de vida e o conhecimento acumulado pelas mulheres negras como elemento central para os debates e ações feministas. O presente Simpósio Temático tem por objetivo trazer à baila um debate sobre como o feminismo negro tem sido apropriado e re-elaborado como conceito e prática na realidade afrobrasileira. Serão acolhidos, entre outros, trabalhos que abordem a natureza operacional e interligada das opressões; a intersecionalidade de gênero, raça, orientação sexual, idade, origem, habilidades físicas e outras dimensões da diversidade; mulheres negras em movimentos feministas; gênero como conceito supremacista-desgenerização na Diáspora; quilombismo e feminismo: diálogos possíveis; experiência de vida e de lutas de mulheres negras; auto-representação de homens negros; e auto-definição, saúde, família, maternidade, liderança comunitária, política sexual na sociedade dominante e no contexto das relações interpessoais de mulheres negras.

ST 02 – Gênero e raça nas políticas públicas
Coordenação: Luciana da Luz Silva
O objetivo deste GT é fomentar o debate e a reflexão acerca dos desafios, das experiências, metodologias e resultados alcançados pela aplicação da transversalidade de Gênero e Raça nas Políticas Públicas brasileiras (nas esferas municipal, estadual e federal). Considerando o marco histórico de comemoração dos 10 anos de criação da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) e da  Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), tencionamos incentivar e promover a produção científica acerca do estado de arte referente ao tema. O caráter instrumental e concreto das Políticas Públicas enquanto ações efetivas do Estado frente à sociedade exige que se elucidem questões como: os mecanismos de funcionamento das instituições, a legislação sobre a temática, a participação popular, o diálogo com os movimentos sociais, os resultados concretos, os projetos futuros e as perspectivas de ação.
ST 03 – Étnica e estética: o diálogo entre as tradições afrodescendentes e as linguagens artísticas
Coordenação: Tatiana Henrique Silva
Diálogos e imbricações entre as tradições religiosas e as linguagens artísticas são presentes em inúmeros trabalhos - artes visuais, literatura, música, dança e teatro. Neste simpósio, portanto, serão aceitos trabalhos que abordem como os artistas ou coletivos artísticos realizam apropriações de tradições herdadas das culturas africanas, ampliando a relação entre o contemporâneo e o mítico, a partir de  corporeidades, sonoridades e objetos.
ST 04 – Diásporas negras no contexto latino-brasileiro: fluxos identitários, gênero e globalização
Coordenação: Glória Maria Santiago Pereira
Pensar sobre a diáspora negra na contemporaneidade envolve questões que ultrapassam os limites das fronteiras disciplinares, suscita discussões que desafiam ideias a priori sobre nação, temporalidade, identidades étnicas, classe, gênero e raça. Essas culturas negras viajantes transfiguram-se nas práticas cotidianas inscritas em diferentes espaços sócio-históricos e subjetivos, influenciando o campo das artes, a política e as diferentes formas de religiosidade pelo mundo, formando subculturas de resistência, híbridas e/ou transnacionais. Nesse sentido, a proposta deste simpósio temático (ST) visa dialogar com pesquisas ou ensaios que tenham como tema a influência da diáspora negra no contexto latino-brasileiro em suas diferentes formas de expressão sócio-cultural, como a influência do feminismo afro-americano nos movimentos feministas na América Latina e o possível prolongamento do discurso pós-colonial ou do movimento pan-africanista no contexto latino-brasileiro. Além disso, serão acolhidas propostas de temas emergentes à diáspora negra no Brasil- por exemplo, o impacto dos novos processos imigratórios de africanos e caribenhos no país ou até mesmo uma análise crítica em relação aos tratados de cooperação internacional Brasil-África.
ST 05 – Literaturas Africanas e Literatura Negra Brasileira: crítica e ensino
Coordenação: Rosilene Silva da Costa
A produção literária africana, especialmente a escrita em língua portuguesa, tem conquistado espaço editorial ao longo dos últimos anos e já passa a figurar nos currículos universitários e até mesmo nos escolares. De forma ainda tímida, a Literatura Negra produzida no Brasil também vem conquistando espaço. É comum nomes como o da moçambicana Paulina Chiziane e da brasileira Conceição Evaristo estarem nos catálogos de eventos, nos banco de teses e artigos, bem como serem do conhecimento dos professores de Literatura. Além disso, o Brasil a cada dia estreita relações com os países africanos, o que se evidencia até mesmo com a publicação da Coleção História Geral da África. Os marcos legais deixam isso mais evidente: a Lei 10.639/03  torna obrigatório o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira na educação básica e as Diretrizes Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais (Parecer CNE 03/04) mostram o caminho para a implementação da lei. Assim, há de se considerar como a Literatura pode contribuir para enriquecer o conhecimento que se tem de África, bem como das histórias e vivências dos afrodescendentes no Brasil. Então este simpósio se caracterizará pela apresentação de textos de autores africanos e afro-brasileiros tanto numa perspectiva de crítica literária, quanto numa perspectiva que considere o ensino destas Literaturas.
ST 06 – Gestão de Políticas Públicas: a transversalidade de gênero, raça e classe
Coordenação: Renísia Cristina Garcia Filice e Marjorie Nogueira Chaves
A interseccionalidade é uma categoria com um conteúdo político bem definido, e abarca a complexidade da situação de indivíduos e grupos, considerando eixos de subordinação, a saber: raça/etnia, gênero, orientação sexual e condição de classe (Heilborn, 2011). Esta Seção Temática tem por objetivo avaliar a implementação de políticas públicas que buscam transversalizar estas dimensões, em especial de gênero e raça, com vistas a alterar os padrões de discriminação que atingem a maioria da população brasileira. A exclusão social e a pobreza a que estão submetidas mulheres e a população negra, em particular as mulheres negras, resultam da sobreposição dessas vulnerabilidades. Na atual reformulação do campo da gestão de políticas públicas e, consequentemente, na remodelação do Estado, o diálogo com os segmentos sociais precisam ser apreendidos por uma perspectiva interseccional. Assim sendo, esta ST tem por finalidade discutir os processos sociais e políticos presentes na elaboração, implementação e avaliação de políticas públicas, com destaque para as políticas focalizadas na educação básica e superior que articulem as dimensões de gênero, raça e classe. O debate resultante dessa seção visa contribuir para novas leituras acerca do alcance e dos limites das políticas públicas na efetivação da equidade nos programas governamentais em curso.
ST 07 – Entrecruzamentos de negritudes, dissidência sexual e de gênero: a própria casa da diferença
Coordenação: Wanderson Flor do Nascimento e Tatiana Nascimento dos Santos
No Brasil, a pesquisa acadêmica em estudos da negritude e também os setores mais expressivos do movimento negro nacional e LGBTQI - lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer e intersex ainda não se comprometem de forma efetiva a uma análise da articulação entre racismo e homofobias. Com esse ST esperamos visibilizar mais o encontro entre negritudes e homossexualidades, com elementos capazes de criar ferramentas novas ao enfrentamento do racismo lesbo/homo/trans/travestifóbico, desde uma perspectiva feminista. Montamos esse espaço para apresentação e discussão de análises contemporâneas sobre identidades intersectadas em raça e orientação afetivo-sexual e/ou identidade de gênero para o diálogo entre pesquisadoras e ativistas de movimentos sociais sobre o encontro de raça e diversidade sexual, com foco na população negra LGBTQI e seus processos de autopercepção, vulnerabilização, exclusão ou empoderamento. São bem-vindas pesquisas apresentadas nos mais diversos registros envolvendo temas que intersectem, das mais variadas formas, as relações raciais, as diversidades de orientação sexual e/ou identidade de gênero, ligadas às experiências individuais ou coletivas, problemáticas de políticas públicas, vitimizações, críticas às hierarquizações de identidades em suas várias expressões, trajetórias de pessoas negras LGBT, religiosidades de matrizes africanas sobre o prisma da diversidade etc. As mais diversas produções textuais também serão acolhidas, desde que tratem das interseccionalidades indicadas neste ST.
ST 08 – Mídia, racismo e representações sociais
Coordenação: Kelly Tatiane Martins Quirino e Ruth Meyre Rodrigues
Os meios de comunicação são canais estratégicos para a superação do racismo no Brasil. A mídia pode influenciar no que tange a construção das representações sociais além da disseminação de formas de pensar e agir junto à opinião pública. Desta forma, o objetivo desta Seção Temática (ST) será selecionar propostas de trabalhos que retratem as influências da mídia como condicionante de nossos gostos e preferências no processo educativo no âmbito escolar ou em sua dimensão não institucionalizada.
ST 09 – Questões de gênero e de raça na Rede Federal de Educação Tecnológica: políticas e ações de gestão, ensino, pesquisa e extensão
Coordenação: Pollyana Maria Ribeiro Martins e Glauco Vaz Feijó
Quando promulgada e posteriormente regulamentada, a Lei 12.711/2012, que estabeleceu a obrigatoriedade da adoção de cotas pelas universidades e institutos federais para estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas, incluindo percentual para autodeclarados negros, previu a adoção gradual das cotas para se alcançar o índice de 50% de vagas destinadas aos cotistas até 2016. Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, contudo, adotaram o índice de 50% já no primeiro ano de vigência da Lei. A decisão não foi possível, como pode parecer, devido à juventude dos Institutos Federais, basta lembrar que, embora rebatizados, alguns IFs já tem mais de um século de vida.  A rápida implementação da Lei de cotas nos IFs revela um dos traços que marcam a trajetória da Rede: o desafio da inclusão. Desafio exponencialmente multiplicado pela multiplicidade de sujeitos, identidades e representações sóciais e políticas que tanto marcam a contemporaneidade. Dois grandes desafios de construção da igualdade dentro da diversidade que já não podem deixar de ser enfrentados pelos Institutos Federais são a inclusão em suas pautas de políticas e ações voltadas para o combate ao racismo e ao sexismo e a consequente promoção da igualdade racial e de gênero. O objetivo dessa ST é acolher propostas de comunicação que tragam relatos de experiências e reflexões sobre políticas e ações ocorridas, ou em curso, no âmbito da Rede Federal de Educação Tecnológica nos eixos de gestão, ensino, pesquisa e extensão, que tenham por objetivo a promoção da igualdade racial de gênero.
ST 10 – Arte e identidades negras
Coordenação: Nelma Cristina Silva Barbosa
Reunir trabalhos que discorram sobre experiências e estudos da produção artística negro-mestiça no campo das Artes Cênicas (Teatro e Dança), das Artes Visuais, Música e produção audiovisual. Interessa-nos refletir sobre aspectos como a institucionalização, processos de criação, autoria, filosofia da arte, forma, recepção, formação de público, entre outros, que relacionem Arte e identidades negras. Visamos propor um debate atual que abarque múltiplas possibilidades e instrumentos para a compreensão das expressões artístico-culturais afrobrasileiras.
ST 11 – Corpos plurais: gênero, raça e experiência social
Coordenação: Bruna Cristina Jaquetto Pereira e Ana Cláudia Jaquetto Pereira
A proposta do ST é estimular reflexões sobre as experiências relacionadas aos marcadores corporais de gênero e raça, tanto no que diz respeito às múltiplas possibilidades de vivências identitárias, quanto no que tange à articulação de hierarquias sociais. Propõe-se que os/as participantes contemplem em seus trabalhos: as formas como a inserção corpórea quanto a gênero e raça impacta a subjetividade, a maneira como ela está imiscuída nas relações interpessoais, o modo como ela é compartilhada entre coletividades e também como ela se articula em nível estrutural, configurando diferenças e desigualdades.
ST 12 – Análise de Discurso Crítica e reflexões sobre negritude, gênero e raça
Coordenação: Jacqueline Fiuza da Silva Regis e Fernando Cezar Oliveira
A proposta desta Seção Temática (ST) é reunir pesquisadoras e pesquisadores que em seus estudos e reflexões sobre negritude, gênero e/ou raça se apoiem na abordagem teórico-metodológica da Análise de Discurso Crítica (ADC), especialmente em sua vertente de origem inglesa (Fairclough, 1989, 1995, 2001, 2003 e Chouliaraki & Fairclough, 1999), e em seu significativo desenvolvimento no Brasil (Resende & Ramalho, 2006, 2008, 2011), mas também em qualquer outra de suas vertentes. Como a ADC, que se situa numa interface entre a Linguística e as Ciências Sociais, tem um amplo escopo de aplicação e permite abordar distintas práticas sociais, pois todas elas apresentam, em maior ou menor grau, um componente discursivo materializado em textos, esperamos reunir uma diversidade de trabalhos realizados nessa perspectiva para um enriquecedor diálogo no âmbito do II Sernegra.
 
 
Fonte:  http://sernegra2013.blogspot.com.br/

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