sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Reflexões sobre o “II Seminário Currículos,


Aldriana Azevedo/ FE- UnB

Francisco Thiago Silva/ FE- UnB

Helena Narciso da Silva / FE- UnB

 

         Durante os três dias que marcaram o evento pudemos perceber a relevância que o campo curricular tem despertado nos sujeitos comprometidos com o processo pedagógico. Os temas centrais abordados foram: cotidiano, identidade, alteridade, diferença, subalternidade, interculturalidade.

No entanto a tônica do NUPEC[1]-Grupo que organizou o evento foi elevar o debate em torno das concepções epistemológicas pós-críticas do currículo, sobretudo com ênfase nos estudos pós- estruturalistas de autores como: Focault, Gilles Deleuze e Michel de Certeau.

Entendemos que o diálogo entre as diferentes concepções curriculares[2], a saber: Tradicional, Crítica e Pós-Críticas enriquecem a construção pedagógica que se intenta realizar. Como pesquisadores do campo curricular sustentados pelas teorias críticas, notoriamente a atmosfera acadêmica local transcorreu a necessidade de que tal diálogo de materializasse.

Com isso, reafirmamos nossos pressupostos pautados, sobretudo,  pelos teóricos da NSE[3] e da Escola de Frankfurt[4]: vivemos ainda uma época moderna com todos os seus dilemas; nosso atual sistema econômico continua sendo o capitalismo e consequentemente suas marcas: exploração e dominação. As metanarrativas ainda são necessárias para desvelar a realidade concreta que cerceiam o ambiente escolar e permeiam com diferentes visões o currículo e inúmeras manifestações.

Assim, ponderamos a necessidade contínua da promoção de espaços de discussão que propiciem debates profícuos em torno do currículo, mas que não subsuma as concepções que o rodeiam, e seus teóricos, a fim de cumprir a função primordial da educação: constituir seres humanos emancipados capazes de superarem política, social e economicamente as contradições de nossa sociedade atual.

 

Vitória, 18 de setembro de 2013.

 

 

 

                                                                                            



[1] Núcleo de Pesquisa e Extensão em Currículo, Cultura e Cotidiano. 
[2] Segundo SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
[3] Nova Sociologia da educação/ Inglaterra.
[4] Grupo de estudiosos alemães da teoria marxista, responsáveis por elaborar as bases da chamada teoria crítica.  

terça-feira, 17 de setembro de 2013

CURRÍCULO, FORMAÇÃO DOCENTE E DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA

 Francisco Thiago Silva/UnB


RESUMO: O Brasil apresenta-se como uma das grandes potências econômicas mundiais, mas também como uma das nações mais desiguais do planeta, inúmeros grupos e classes sociais vivem numa realidade que em nada reflete a atual posição do país frente a outras economias pelo mundo. Dentre tantos excluídos, a população afro-brasileira, apesar da mobilização política em várias frentes, desde o início de sua escravidão em nosso território, objetiva visibilizar e elevar os debates em torno da construção de uma sociedade antirracista, isto passa pela educação, onde por vezes é visível a tentativa de incluir nas práticas pedagógicas, ideias que insiram a população negra em esferas inferiores. Prova mais uma vez de que o ato de educar e as manifestações curriculares são o reflexo das relações de poder, que emanam da sociedade, que tem grupos e classes detentores de diferentes esferas desse poder. Passada uma década desde a promulgação da Lei Federal 10.639/2003 que acrescentou o artigo 26-A em nossa Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 - que trata da Educação das Relações Étnico-Raciais - diversas tentativas de implementação nos estados da federação estão ocorrendo. Diretrizes Curriculares foram criadas, políticas de formação de professores aconteceram, porém ainda verifica-se uma invisibilidade da temática nos documentos curriculares, ao passo que as práticas desenvolvidas nas escolas reduzem-se a ações isoladas e de pouco impacto (Filice, 2011; Gomes, 2008). O presente trabalho tem por objetivo discutir a formação docente sob uma perspectiva crítica das teorias do currículo, com vistas a refletir sobre a atuação profissional de professores na Educação Básica, para a construção de uma Educação das Relações Étnico-Raciais. O artigo foi realizado metodologicamente por meio de estudo documental e bibliográfico sobre a temática, sustentado por autores como: Gomes (2008, 2009, 2010a, 2010b e 2011), Munanga (2008), Cavalleiro (2000), Moreira (1999), Silva (2008), Carr; Kemmis (1987) e Silva (2005), Os escritos estão organizados da seguinte forma: breve contextualização da temática, conceituação dos termos “diversidade” e “diversidade étnico-racial”, contradições entre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica brasileira e a formação de professores e o debate em torno de uma proposta curricular que possibilidade a formação de um educador para a diversidade que promova por meio de sua atuação pedagógica uma educação antirracista e emancipatória, suscitando o inconformismo com projetos e ideias que apostem somente nos processos de emancipação social. Diante desses pressupostos, poderá ser possível a construção de uma Pedagogia da Diversidade.

PALAVRAS-CHAVES: Currículo, Formação Docente, Diversidade e Antirracismo. 


_____________________________
Resumo do texto apresentado em Vitória - ES, UFES. Set/2013.

sábado, 7 de setembro de 2013

Texto para estudo - CONCURSO - PROFESSOR EFETIVO / SEDF - 2013



As Teorias do Currículo na perspectiva de Tomaz Tadeu da Silva e o “Currículo Prescrito”

Francisco Thiago Silva/ UNB - SEDF

Ao se analisar o currículo, termo que para Lopes e Macedo (2011) aparece pela primeira vez em 1863, mas que somente a partir de 1900 com o início da industrialização americana e em 1920 com o movimento da Escola Nova no Brasil começam  os estudos teóricos do campo curricular.
            Para melhor conceituá-lo Silva (2011) acredita que seja possível fazer a análise a partir de três perspectivas, ou seja, a forma de se compreender o significado de currículo indica uma concepção teórica de educação que se tem: tradicional, crítica e pós-estruturalista ou pós-crítica.
Na perspectiva tradicional a ênfase está nos professores, que ensinam e os alunos aprendem, existe uma avaliação classificatória onde os objetivos, métodos e procedimentos são desenvolvidos pensados somente na obtenção de resultados, em ter uma "produção mais eficiente”.
Na teoria crítica, sustentada por autores marxistas, da Escola de Frankfurt e da Nova Sociologia da Educação, desloca-se a ênfase de conceitos pedagógicos de ensino e aprendizagem para conceitos como ideologia, reprodução cultural e social, poder, classe, capitalismo, relações sociais de produção, emancipação e libertação, aparece o currículo oculto como ações que acontecem na escola que não estão escritas, mas fazem parte do cotidiano como se fosse uma verdade prescrita
Para os pós-críticos ou pós-estruturalistas o currículo estará vinculado à questão de identidade, olhar o outro como parte que constitui o sujeito, alteridade, as questões das diferenças e subjetividade, cultura, as narrativas de gênero, raça, etnia, sexualidade, o multiculturalismo.
Dentro dessa perspectiva epistemológica, o conceito de Currículo Prescrito, precisa ser elucidado, na perspectiva de Sacristán (2000, p. 147): "[...] tem impacto importante para estabelecer e definir as grandes opções pedagógicas regula o campo de ação e tem como consequência o plano de um esquema de socialização profissional através da criação de mecanismos de alcance prolongado."
Neste texto não se pretende colocar uma posição contrária ao Currículo Prescrito, antes, entendemos que cabe ao Estado definir os conteúdos mínimos e válidos para seu sistema de ensino. Sem, no entanto, invizibilizar a atuação do professor. Tal atitude pode desencadear um desestímulo do profissional, que não percebe sua identidade na proposta curricular, e consequentemente a mesma não diz respeito à sua prática e ao desenvolvimento de seu trabalho.
É necessário, que se levante um questionamento central: o documento curricular é prescrito por quem? É importante haver prescrição e regulação com a participação do professor em toda a construção curricular, caso contrário a escolarização poderá deixar lacunas no processo de desenvolvimento da aquisição dos conteúdos mínimos que dificilmente serão sanadas quando o aluno não tem acesso aos bens culturais e conhecimentos construídos socialmente.
Sacristán (2000) defende que a competência profissional de desenvolver o currículo é uma das atribuições do professor e que “[...] o caráter inoperante das prescrições curriculares na definição da prática e a debilidade profissional dos professores farão com que essa distribuição seja desigual e favorável aos meios tradutores do currículo [...] a desprofissionalização dos docentes é inevitável." (ibidem, p. 154)
___________________
Referências consultadas:
 

LOPES, Alice Casimiro; e MACEDO, Elizabeth. Teorias de Currículo, São Paulo: Cortez, 2011.



          SACRISTÁN, J. Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática, 3ª Ed. Porto       Alegre:ArtMed,       2000.  

         SILVA, Tomaz Tadeu. Documento de Identidades: uma introdução às teorias do currículo.,Belo Horizonte; Autêntica, 2011.


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

ATENÇÃO CURSINHO!!!!

Saia na frente !!!

preparatórias para concurso SEEDF-Professor Efetivo , no Ethikos, com o Prof. Francisco Thiago , Isaac Novaes e Stael Pallacio.
Início dia 23 de setembro , na Avenida Central Bloco 372-Núcleo Bandeirante .

Informações: 3964-5688 ou diretoria@ethikoseducar.com.br
www.ethikoseducar.com.br

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Palestra debate Educação Étnico Racial

Ação integra Campanha Infância sem Racismo
A Secretaria da Criança, em conjunto com a Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), realizam no dia 10 de setembro, das 14h30 às 17 horas, a Palestra Educação Étnico Racial, na EAPE, SGAS 907, Conjunto A.
O evento é uma das ações da Campanha Infância sem Racismo, do UNICEF, lançada no Distrito Federal pela Secretaria da Criança, com a participação ainda de 11 secretarias do GDF.
O protocolo de intenções, assinado pelos integrantes da campanha, prevê diversas outras metas e ações, e entre as que já estão sendo desenvolvidas, estão o incentivo à leitura, com o programa Mala do Livro, para os socioeducandos das unidades de internação, com temática étnica racial, além de um concurso de poesia, e palestras sobre o tema para a sociedade.
A palestra será ministrada pela professora Maria do Carmo Barbosa Galdino, especialista em educação, raça e etnia, e vai falar sobre a construção e promoção da identidade negra.

Serviço:
Palestra Educação Étnico Racial
Dia: 10 de setembro
Horário: 14h30 às 17 horas
Local: Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação do DF (EAPE), SGAS 907, Conjunto A

domingo, 1 de setembro de 2013

A Coordenação do Curso Pós-Graduação Lato Sensu – Especialização em Docência na Educação Infantil torna público e estabelece as normas do processo seletivo para o preenchimento de vagas

O Curso é resultado de parceria entre a Universidade de Brasília-UnB, a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal- SEDF e o Ministério da Educação- MEC, no âmbito da política de formação docente instituída pelo Plano de Ações Articuladas, PAR. Saiba mais

  Fonte: http://www.fe.unb.br/noticias/a-coordenacao-do-curso-pos-graduacao-lato-sensu-2013-especializacao-em-docencia-na-educacao-infantil-torna-publico-e-estabelece-as-normas-do-processo-seletivo-para-o-preenchimento-de-vagas