Francisco Thiago Silva/UnB
RESUMO: O Brasil
apresenta-se como uma das grandes potências econômicas mundiais, mas também
como uma das nações mais desiguais do planeta, inúmeros grupos e classes
sociais vivem numa realidade que em nada reflete a atual posição do país frente
a outras economias pelo mundo. Dentre tantos excluídos, a população
afro-brasileira, apesar da mobilização política em várias frentes, desde o
início de sua escravidão em nosso território, objetiva visibilizar e elevar os
debates em torno da construção de uma sociedade antirracista, isto passa pela
educação, onde por vezes é visível a tentativa de incluir nas práticas
pedagógicas, ideias que insiram a população negra em esferas inferiores. Prova
mais uma vez de que o ato de educar e as manifestações curriculares são o
reflexo das relações de poder, que emanam da sociedade, que tem grupos e
classes detentores de diferentes esferas desse poder. Passada uma década desde
a promulgação da Lei Federal 10.639/2003 que acrescentou o artigo 26-A em nossa Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 - que trata da Educação das Relações
Étnico-Raciais - diversas tentativas de implementação nos estados da federação
estão ocorrendo. Diretrizes Curriculares foram criadas, políticas de formação
de professores aconteceram, porém ainda verifica-se uma invisibilidade da
temática nos documentos curriculares, ao passo que as práticas desenvolvidas
nas escolas reduzem-se a ações isoladas e de pouco impacto (Filice, 2011;
Gomes, 2008). O presente trabalho tem por objetivo discutir a formação docente
sob uma perspectiva crítica das teorias do currículo, com vistas a refletir
sobre a atuação profissional de professores na Educação Básica, para a
construção de uma Educação das Relações Étnico-Raciais. O artigo foi realizado
metodologicamente por meio de estudo documental e bibliográfico sobre a
temática, sustentado por autores como: Gomes (2008, 2009, 2010a, 2010b e 2011),
Munanga (2008), Cavalleiro (2000), Moreira (1999), Silva (2008), Carr; Kemmis
(1987) e Silva (2005), Os escritos estão organizados da seguinte forma: breve
contextualização da temática, conceituação dos termos “diversidade” e
“diversidade étnico-racial”, contradições entre a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Básica brasileira e a formação de professores e o debate em torno de
uma proposta curricular que possibilidade a formação de um educador para a
diversidade que promova por meio de sua atuação pedagógica uma educação
antirracista e emancipatória, suscitando o inconformismo com projetos e ideias
que apostem somente nos processos de emancipação social. Diante desses
pressupostos, poderá ser possível a construção de uma Pedagogia da Diversidade.
PALAVRAS-CHAVES: Currículo, Formação Docente, Diversidade e
Antirracismo.
_____________________________
Resumo do texto apresentado em Vitória - ES, UFES. Set/2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário