quarta-feira, 24 de abril de 2013

Formando professores reflexivo-críticos, na perspectiva da dialética emancipatória:



Francisco Thiago Silva/UNB (2012) [1]

Nas últimas décadas a formação dos professores nas esferas: inicial e continuada tem povoado a agenda das principais entidades e grupos preocupados com a profissionalização docente. Estudos e pesquisas são publicados, currículos são reformulados, porém a prática cotidiana pedagógica demonstra o quão o quesito de formação, se apresenta disforme, o que causa grandes prejuízos para a aprendizagem do aluno. Portanto, a qualidade do processo de formação dos educadores, principalmente a inicial, é determinante para o sucesso do exercício da docência.
Entendo também que os modelos de Formação devem ser pautados pela construção de uma postura de professor reflexivo, sustentada por uma visão crítica, que apresente as contradições da totalidade com vistas à emancipação humana, e que possa se ancorar na pesquisa intelectual acadêmica do docente, e não só na reflexão de sua prática.     
Se a sociedade e a academia passarem a reconhecer o professor como um intelectual e profissional, sujeito do próprio trabalho, capaz de refletir criticamente sobre sua prática com uma possibilidade dialética de transformá-la, desde que ele tenha acesso aos fundamentos para essas reflexões e se aproprie das pesquisas que apontam para análises críticas da sociedade e da escola brasileira, talvez teremos uma pedagogia da emancipação se desenhando e influenciando o desenvolvimento profissional docente, que não se reduz apenas em cursos.
É nesse contexto que a educação e o lócus escola, têm papel central em possibilitar a materialização do desenvolvimento profissional docente, cravado nos princípios de uma democracia verdadeiramente representativa, que tenha no coletivo da classe trabalhadora dos professores, um de seus atores sociais basilares na busca por uma transformação social, não idealista ou utópica, mas dialética.  
Isso depende de uma formação inicial e continuada arraigadas num princípio crítico-reflexivo, mas emancipatório, que debata sobre as políticas públicas para a área e instrumentalize o professor, como agente intelectual e profissional, dotado de um saber específico, com vistas a torná-lo, como diria Gramsci, um intelectual orgânico.  



[1] Mestrando em Educação pela Faculdade de Educação - Universidade de Brasília, sob orientação da profa. Dra. Lívia Borges. Especialista em História Afro-brasileira e Africana e graduado

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