Francisco
Thiago Silva/UNB (2012) [1]
Nas últimas décadas a formação dos professores nas esferas: inicial e
continuada tem povoado a agenda das principais entidades e grupos preocupados
com a profissionalização docente. Estudos e pesquisas são publicados,
currículos são reformulados, porém a prática cotidiana pedagógica demonstra o
quão o quesito de formação, se apresenta disforme, o que causa grandes
prejuízos para a aprendizagem do aluno. Portanto, a qualidade do processo de
formação dos educadores, principalmente a inicial, é determinante para o
sucesso do exercício da docência.
Entendo também que os modelos de Formação devem ser pautados pela
construção de uma postura de professor reflexivo, sustentada por uma visão
crítica, que apresente as contradições da totalidade com vistas à emancipação
humana, e que possa se ancorar na pesquisa intelectual acadêmica do docente, e
não só na reflexão de sua prática.
Se a sociedade e a academia passarem a reconhecer o professor como um
intelectual e profissional, sujeito do próprio trabalho, capaz de refletir
criticamente sobre sua prática com uma possibilidade dialética de
transformá-la, desde que ele tenha acesso aos fundamentos para essas reflexões
e se aproprie das pesquisas que apontam para análises críticas da sociedade e
da escola brasileira, talvez teremos uma pedagogia da emancipação se desenhando
e influenciando o desenvolvimento profissional docente, que não se reduz apenas
em cursos.
É nesse contexto que a educação e o lócus escola, têm papel central em
possibilitar a materialização do desenvolvimento profissional docente, cravado
nos princípios de uma democracia verdadeiramente representativa, que tenha no
coletivo da classe trabalhadora dos professores, um de seus atores sociais
basilares na busca por uma transformação social, não idealista ou utópica, mas
dialética.
Isso depende de uma formação inicial e continuada arraigadas num
princípio crítico-reflexivo, mas emancipatório, que debata sobre as políticas
públicas para a área e instrumentalize o professor, como agente intelectual e
profissional, dotado de um saber específico, com vistas a torná-lo, como diria
Gramsci, um intelectual orgânico.
[1] Mestrando em Educação pela Faculdade de Educação -
Universidade de Brasília, sob orientação da profa. Dra. Lívia Borges.
Especialista em
História Afro-brasileira e Africana e graduado
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